terça-feira, 7 de abril de 2009

Reflexões Doutrinárias

Porque somos tão lentos a aprender que o segredo da grandeza do Reino espiritual não se encontra com os métodos do poder do mundo material? Os terrenos não são maiores do que o seu Criador. Nenhum homem está à altura de representar Deus na sua imensa obra, "podeis vós mudar o curso das estrelas, os dias e as noites e devolver a fragrância à flor que tenha sido esmagada? Pois se não podeis fazer estas coisas, como podeis apropriar-vos de delegados e fazer promessas de salvação?" Apesar disto, os homens não deixam de cair na disputa de quem deverá ter os lugares de honra na mesa dos representantes. Na mesa de Deus não há lugares de honra. Honras procuram-nas os hipócritas e muitos filhos deste mundo e não deveria ser assim, principalmente por aqueles que se qualificam embaixadores do Reino de Deus. E mesmo assim, isso nada poderá significar no posicionamento e privilégios no Reino do céu. "Aquele que quiser ser grande entre vós, que se torne o mais pequenino, e aquele que se julgue senhor se transforme em servo". E não vimos entre nós, apesar das magnificências, aqueles que servem. Fazer a vontade do Pai, está acima de todos os cultos e vãs promessas.

A 7 de Abril do ano 30, esse digno e singular representante de Deus foi traído e entregue às mãos dos seus inimigos, aqueles que nesse tempo se afirmavam os exclusivos representantes de Deus, os sacerdotes do templo. Eles o povo escolhido, os semelhantes eram ímpios.

... E Judas saiu apressado, deixando a sala, para levar por diante essa amaldiçoada deliberação. A traição ao amor, ao perdão e à misericórdia na integridade corporal do Mestre. Também a sua mensagem sofreu, até hoje, uma enorme traição, e o que é ainda mais surpreendente: a mão criminosa de Roma fundar uma religião em nome do condenado sem culpa, crucificando-O...



"Eu transmiti-vos o meu desejo de realizar esta ceia convosco e, sabendo eu como as forças das trevas e do mal conjuram para materializar os seus desejos de levarem à morte o Filho do Homem. Conclui que será bom faze-lo nesta sala em secreto e um dia antes, pois amanhã por esta hora já não estarei convosco. A minha hora chegou, e não seria necessário que um de vós me traísse entregando-me nas mãos dos meus inimigos".

Sentado à esquerda do Mestre e depois de todos fazerem a mesma pergunta "serei eu?", Judas Iscariotes perguntou por último: "serei eu?", "tu o disseste". De seguida o Mestre em voz baixa disse para Judas: "Aquilo que decidiste fazer, fá-lo depressa." Ele levantou-se da mesa e apressadamente deixou a sala.

Quando o amor estiver realmente morto, qualquer advertência, mesmo que seja dada da forma mais cuidada e amorosa, geralmente, apenas intensificará o ódio, dando lugar à realização integral dos projectos calculistas, próprio de um "morto vivo".


..."Este é o cálice da bênção de uma nova doação da verdade... Este é o cálice da recordação de mim"... "Eu vos disse que sou o pão da vida. Este pão da vida é a vida unida do Pai e do Filho, em uma só dádiva"...

O Mestre como era seu hábito, sempre recorreu à linguagem simbólica quando ensinou grandes verdades espirituais. Ele ao usar esse método, foi o modo de criar as necessárias dificuldades de interpretação para que os vindouros não se apegassem a interpretações precisas e definidas para as suas palavras. Deste modo ele procurou que as gerações vindouras não cristalizassem os seus ensinamentos, de apego à corrente, às tradições e aos dogmas.

O Mestre foi cuidadoso em preferir os seus significados mais do que em comprometer-se com as suas definições precisas.

Ele não quis destruir o conceito individual da comunhão divina, nem desejou limitar a imaginação individual do crente, paralisando-a formalmente. Ele procurou sempre colocar a alma do homem renascido em liberdade espiritual.



Antão

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