terça-feira, 15 de janeiro de 2013

“Dai ao homem o que é do homem…



O Pai Creador ao aludir esta expressão, qual seria a ideia que nos queria transmitir e se referia a lei no Universo, que direitos terão o homem na Terra? Teria sido pelo facto de ao homem lhe ser concedido o livre arbítrio e o direito a tomar decisões livres? O homem não cresceria em muitos aspectos se não fosse abrangido pelo livre arbítrio e isto seria o mesmo que dizer estar sujeito a um comportamento compulsivo imposto por Deus, e não é isso que acontece, embora em Seu nome outros o fizeram e ainda condenaram. Cabe-nos interrogar se o homem sempre foi obediente e usou a semelhança, no acto de dar ao que ao homem pertence. Não podemos esquecer os muitos monopolistas dos direitos do homem colocarem-se na frente da dádiva oferecida com a equidade de Deus e os mesmos, com o maior desplante, se afirmaram com direitos superiores acima de tudo e de todos, e ainda de Deus.

 O Ocidente com ideias litigiosas sobre Deus confundiu e ignorou o Pai Creador, pois o substituíram pelo Homem em que Ele viveu neste mundo; o Homem de nome Joshua, foi o templo do Pai Creador, todavia passou a ser figura de Deus para muito patriota romano; católico ou ortodoxo, espalhados pelo mundo. O restante Cristianismo foi metodizado na evasiva da protestação de Lutero e Calvino. Alá, Deus das Arábias foi substituído por um falso profeta e em nome de Alá, os mesmos continuam a matar. Teríamos que repensar sobre a promessa que levou à conquista das populações; teria sido para divulgarem as profecias de Maomé? O homem desprezou e continua a desprezar os horrores cometidos até hoje em nome das religiões contra os descrentes, ímpios e infiéis. Tentaram redimir-se ao longo dos séculos, usando um único argumento: conseguiram fazer crer aos fiéis que tudo isso foi feito em nome da verdade e segundo a vontade de Deus. Proferi alguma heresia?

…E dai a Deus o que é de Deus”.

A irmandade dos homens é fundada na Paternidade de Deus. A família constituída pelo Pai deriva do Seu amor – Do Pai Infinito é equitativo o Seu amor e com ele ama todos os Seus filhos. Ele o intitulou de Reino do Céu com governo obediente à soberania Divina. Deus é Espírito e esse Reino é espiritual. O Reino não é material nem intelectual, é uma relação espiritual entre o Pai e os filhos, entre Deus e o homem. Se as diferentes religiões reconhecessem a soberania do Espírito do Pai Infinito, então todas as religiões estariam em paz. Quando uma religião arroga de algum modo fazer-se superior e afirmar possuir autoridade exclusiva sobre outras religiões e essa mesma se atreva ser intolerante ou mesmo atrever-se a perseguir outros crentes religiosos, são fomentadores de guerra. A paz, que deveria ser a prática das religiões para fomentar a irmandade, nunca poderá existir em clima de guerra, a menos que os dirigentes das religiões estejam determinados a despojar-se completamente de toda a autoridade eclesiástica e abandonar todo o conceito de autoridade como religião e assim dar grande exemplo aos políticos injustos que dominam o mundo. Em todos os mundos habitados no espaço-tempo, Unicamente o Espírito do Pai é o Soberano Supremo.

Não se vislumbra entre as religiões, assim como entre os simpatizantes mais facciosos, propósitos para terminar as guerras religiosas, a menos que todas as religiões reconheçam a sua agnosia e permitam transferir toda a sua autoridade para um nível gnóstico supra-humano, em subordinação à vontade do próprio Deus. O Reino da vontade do Pai, quando fizer parte da humanidade criará a unidade com a religião do espírito, não forçosamente a uniformidade, porque toda e qualquer tendência religiosa composta pelos respectivos crentes, será livre de todos os preconceitos de autoridade religiosa. Amar a Deus não é conceber preconceitos nem fundamentalismos e mesmo imitadas venerações. Deus dá uma fracção do seu espírito para residir no homem. No espírito residente todos os homens são iguais. O Reino do céu quando for implementado na Terra será livre: de pagamento de pecados, de religiões seculares, de seitas, de castas, de poderes, de bens materiais excessivos, de guerras, de ódios. Depois nos confirmaremos ser todos irmãos.

Se viesse a suceder o abandono da Verdade por negligência ou desregramento poderia acontecer deixarmos de avistar a soberania do Espírito do Pai neste planeta. Possuindo nós o livre arbítrio de tomar decisões espontâneas alimentadas pelo Bem e se elas nos vierem equilibrar em perfeição no espírito, é nosso dever usar esses valores ao serviço fraterno com a mão que dá, escondendo a que tira, mas sobretudo com a humildade que caracteriza os que querem partilhar o seu serviço com o do Pai Creador. Muitos preferem as simulações que melhor agradem a uma essência social mais distinta, para que a sua afirmação tenha relevo ou então se afirmem como sujeitos criadores de uma supra-soberania, ou no mínimo alguma autoridade mesmo que acima das suas próprias capacidades. Mais cedo ou mais tarde estes seriam tentados a experimentar a sua capacidade de ganhar poder e autoridade sobre as pessoas da união do futuro, se sobrevivessem os homens com a ambição do passado que ainda é presente.

O conceito de igualdade nunca traz a paz, excepto no caso do reconhecimento mútuo de alguma influência geradora de soberania digna, porém muitos preferem ser imitadores que ser realidade. Igualmente não poderá haver paz duradoura entre as religiões na Terra até que todos abandonem livremente as suas afirmações de favoritismo divino e de escolhidos para soberania religiosa. Sabendo nós do efeito da rebelião e da Besta dentro deles seria impossível essa escolha. Quando o Pai Creador, filho do Filho Eterno, Deus, herdar definitivamente a Soberania Suprema na Terra, a rebelião que invadiu trazendo graves consequências terá fim, e os homens reconhecerão ser irmãos e viverão juntos em paz na Terra que foi prometida.

Antão (gnóstico), 30-11-2012