quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Dificuldade de interpretação ou agnosia?


“Ao blasfemar contra o Pai Infinito ele perdoa e contra o Filho Eterno (Deus) também perdoa; mas ao blasfemar contra o Espírito não serão perdoados no céu nem na Terra”. É evidente que terá que ser pago com dor semelhante às ofensas feitas contra o espírito residente no humano. A lei na sua atuação tanto o faz individualmente como coletivamente. Presumo que nem os representantes da religião entenderam a lei de causa-efeito. – Contudo quem agride entenderá? E as injustiças que foram e ainda são praticadas na Terra, julgam que não estão ao abrigo da mesma lei? O homem constrói templos e palácios de justiça, mas devia acima de tudo construir templos e palácios de perdão, de amor e de misericórdia e neles instalar a equidade com fraternidade. É esse o superior desejo dos filhos: fazer a vontade do Pai Creador representante do Filho Eterno (Deus) na obra a realizar-se nos mundos em cada Universo local (Galáxia).


No mundo o homem sempre se considerou uma prerrogativa alicerçada na casualidade da fecundação quando diz: eu não pedi para nascer? Assim, pensam usufruir de todos os direitos: o deles e o dos outros. Poderia o homem ter muitos outros direitos, mas não os tem no seu todo por falta de humanidade. Também os que individualmente julgam estar acima de tudo e de todos, mas quando a verdade os despe, o único recurso é a mentira para salvar a aparência. A mentira nutre o mentiroso e ele tenta nutrir quem o escutar. Linha a linha se fabrica um tecido, mas linha a linha se destrói. Também se constrói tapeçaria com desenho cortês, usando várias linhas: a religiosa, a política, a do povo. Nestas três linhas há uma que se distingue: a linha do povo simples e humilde e por ser a mais sã é a mais forte; pois alimenta, dá força e sentido às outras duas linhas que sem o povo não existiriam porque, respetivamente, é o próprio povo que as sustenta, as intitulou e as nomeou.


Todo o princípio terá fim, embora haja instituições de homens com orla loureira, pensarem que serão eternos. Eterno é o Amor e mesmo assim, no mundo Terra onde vive compartilhado, ainda não conheceu a eternidade. O povo ilude-se com o pouco saber sobre Deus e de boa-fé acredita, por isso não enxerga a astúcia dos vendilhões do templo agora distribuídos por muitos templos. Enquanto criança por várias causas coloquei dúvidas nas promessas feitas no altar, às quais deram título celestial. Todavia não desacreditei no Divino, estava expresso na bondade de uma criatura que me dava pão para mitigar a fome de um período de vida em extrema pobreza. Cheguei a acreditar que um santo caridoso do altar da igreja, viesse oferecer a esmola que lhe era feita por oferta, repartindo-a pelos pobres da povoação que vivia no século XX em semelhança com a Idade Média. Cresci sem frustrações e nunca pensei no dever dos outros: mas no dever para com os outros

Era o Dia de Natal, sem prendas e sem pão. Teria sido no ano de 1951. Depois de chuva intensa saí para o largo do povo de chão em terra, onde se criaram pequenas poças de água das quais desviava os meus pés descalços. Entretanto vejo uma menina da minha idade, que não era pobre como eu, a pisar nas poças de água com botas de borracha perguntei-lhe: quem te deu essas botas? Quem mas deu foi o Menino Jesus! Naquele tempo ainda não havia Pai Natal. Fiquei triste. Sendo eu pobre e sabendo da bondade do Menino Jesus, porquê não me ter dado também umas botas como deu àquela menina? Isto levou-me a pensar: que pecado teria feito para que não tenha sido igualmente merecedor de umas botas dadas pelo Menino Jesus? Qualquer criança da minha idade diante de igual ocorrência pensaria da mesma maneira. Como era evidente não tinha pecado! Agora posso concluir que quando pensei ser castigo do Menino Jesus a ideia estava errada por culpa de quem inventou o pecado. O pecado veio para acorrentar e ao mesmo tempo fazer injustiça a Deus, acusado de ser Ele o juiz dos pecadores.


Há crescimentos que se fazem com convicção, especialmente aqueles que se levantam na simplicidade. Até hoje este foi o caminho da minha preferência. Porém naquela idade de quase uma dezena de anos pensei que a religião continha o tudo da vida mais a salvação e o céu junto a Jesus, por recompensa a quem não pecou. Mais tarde fui “revolucionário” a pensar que através da política muita coisa a nível social seria com justeza resolvida. Tendo a prova deixei de acreditar: inicialmente na religião onde fui batizado e consequente no Deus dos sermões e seguidamente nos políticos ao perceber, no contacto pessoal que tive com alguns, a falsidade aliada com o proveito. Repentinamente optei por um caminho que desconhecia e esse acto de coragem preenchido de grande convicção na busca de um Pai Divino que desconhecia e Dele nesta vida ainda não tinha ouvido falar. 


Hoje passados 34 anos desse dia da minha grande decisão sinto-me capaz de entender o mundo e lhe daria um recado que não é meu e o revelaria se fosse escutado. Os legítimos filhos de Deus confortam a ignorância dos políticos e com ela se deixam governar. Veneram a dissimulação dos representantes da religião que tudo prometem no céu sem o testificar, mas pessoalmente vêm encaixar-se aos políticos com pretensas e divididas condutas teocratas; pois aprovam uns e reprovam outros. Teriam aprendido com os políticos das últimas décadas do Portugal democrático (…)? Porque dantes a religião assim não foi (…) Lançaram o analfabetismo religioso e a hesitação endémica sobre a Verdade, dando atraso e pobreza aos crentes, assim, a fé transformou-se numa crença abstracta, numa tradição. Haveria tanta realidade ligada ao Divino nestes tempos conturbados, que deveriam difundir se souberem, ensinando os crentes e dar-lhe esperança na vida terrena para apuro da vida eterna. Mas não usem a ignorância sobre as grandes Verdades dos Universos e de quem os criou.


Se os humanos que transportam em si a “igreja” soubessem no mínimo os grandes dias que o Pai tem para vos dar ficariam muito felizes, mas também vos quero dizer: nada esperem da política nem da religião. Venho agora falar-vos de um Pai que nunca se esqueceu de ser justo com os seus filhos. Falo-vos desse Pai e do seu projeto no espaço-tempo, mas sobretudo para este planeta. O homem escreveu: “Deus fez o homem à Sua imagem e semelhança”. Portanto o homem viu à sua semelhança o seu Criador Infinito. Deus foi imaginado à semelhança do homem. Este o maior erro que perdura até hoje. O homem sempre desconheceu a Realidade de Deus. Também nasceu há 2017 anos um homem na Galileia a quem ainda hoje tratam por Deus. Igualmente elegeram esse homem a quem chamam Cristo para rotular uma religião e é natural não o conhecer porque não viram nem sabem quem nele residiu durante a vida na Terra. Eu chamo-lhe com toda a convicção meu Pai Creador. Muito mais terei futuramente a dizer sobre a Verdade no espaço-tempo com origem no Pai Infinito Sábio, Infinito Amor, Infinito Perdão e Infinito Misericórdia.

Ser o que É, não criou infernos nem purgatórios e deixou que as leis de causa-efeito fossem da criação e da aplicação do homem. Ofender Deus residente na alma imortal do homem tem compromisso de rectificação exigido pela lei e não pelo Pai de Infinita Misericórdia. Diz o povo: “quem com ferros mata com ferros morre”. O que matou assume a lei e morre da mesma maneira; se não for nessa vida é noutra. Não foi Deus quem o castigou nem é rigoroso. A mesma lei aplica-se em muitas outras situações na vida do homem. Se fizeres uma promessa a Deus por algum motivo, Ele não exige pagamento algum. Todavia aquele que prometeu não se perdoa a ele próprio mantendo em si o compromisso de pagar, porém não avistará Deus nem alguém em seu nome vir receber o pagamento. Inteligível era o homem se em suas descobertas com seriedade concluir que a imensa e grandiosa obra no espaço-tempo não foram uma obra com o propósito de um acaso. Saberás dizer-me o sentido dessa obra? Disse em tempo que Pai Infinito não tem o mal nem a experiência. Falando apenas da Terra repito: é um mundo de experiências. Ainda permanece em vós a dúvida de Quem no homem se experiencia?

Antão (gnóstico), 25-10-2012 

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

As proporções do homem com o Universo manifestam a obra do Creador em tudo o que elas contêm




Somos um micro universo que tem dificuldade em se reconhecer. A estirpe arrogada do dito: Eu sei! Embora sabendo que não sabe, finge que sabe. Não se adquire facilmente a sensibilidade nem o saber, sobre essa dimensão da vida e da geometria, imanada do Espírito Actuante no espaço-tempo. Tudo é similar, até mesmo o átomo invisível se organiza na mesma geométrica e movimento semelhante ao sistema solar, nomeadamente a elíptica em torno do seu núcleo. Esta ordem e movimento se repetem em todos os sistemas em redor do núcleo da Galáxia. E todo o espaço-tempo em redor do Princípio Creador - Ilha Nuclear de Luz. Podemos assim entender a frase bíblica. “ E criou Deus o homem à sua imagem.”


Por assemelhação o homem faz parte de uma ordem cuja dimensão não está ao alcance por mensuração, e menos ainda ao alcance do nível rotineiro do homem nem a fáceis adaptações filosóficas. Isto exige amplitude ao nosso conhecimento e depois ser transformado em gnose. Também afirmo que isso faz parte da história do homem no Universo. O que causa estranheza são afirmações sem conteúdo, mas expressas de tal modo que dá ideia de domínio absoluto das leis no Universo e arrogam essa dimensão sem qualquer tipo de modéstia. O Pai Creador disse: “Quando virdes a vossa semelhança, alegrai-vos. Mas, quando virdes o vosso modelo, que desde o princípio estava em vós e nunca morrerá, nem nunca se revelará plenamente – será que suportareis isto?” Referia-se ao humano possuidor de valores espirituais relevantes.

Seria impossível analisando ordens supremas imutáveis e as suas simetrias intrínsecas a toda a vida na Terra, que tudo possa ser circunscrito a intenções de grupos dominantes de homens que têm vindo a conduzir para nível caótico a Soberania do Pai Creador e a sua Verdade em ligação com toda a vida na Terra. Não se iludam que um presumível progresso venha abater as situações trágicas vividas na actualidade pelo homem com orientação unicamente materialista. Para um mundo mais fraterno é necessário construir carácter com princípios espirituais. Aclamem este povo herdeiro do Cidadão da Luz (da Luzcitânea) possuidor da nobreza que a Besta sempre tentou apoderar-se, incitando-o a manifestar furor que não tem. A simplicidade e a humildade características deste povo farão com que cumpra por abundância os mitos da Europa em “Portograal”. “Senhor cumpriu-se o mar! Falta cumprir Portugal” (?) Os sinais actuais são de invernia da humanidade e estão a agravar-se irremediavelmente em todo o planeta. Os assentados nos bastiões do Estado Português dizem: “Não somos surdos nem mudos”.


Também os burros não são surdos e porque zurram não são mudos. Se quem governa este povo fossem sábios, estariam na posse de conhecimentos mais autênticos e teriam outras soluções aonde a retidão deveria ter presença permanente. Se os governantes conhecessem as suas estirpes e fossem corretos ao se reconhecer, entenderiam e diriam honestamente: pior conseguimos fazer. Prepare-se o povo em seus dotes que mal conhece, porque está neles a solução para o futuro. Os gelos do inverno e tudo quanto ele tem de destruição, não poderá passar para a Primavera onde as árvores de fruto irão manifestar toda a sua fertilidade, e logo que fecundadas dará fruto substancial. Tenhamos coragem, pois em breve findará o nosso inverno, e chegará o equinócio da Primavera que anunciará o verão da humanidade.

Acontece em todos os paradigmas da vida terrena, onde o homem se limita na busca da sua verdade e iludido, segue por caminhos confusos pensando ser os indicados para a salvação da alma, nessa trajetória dificilmente encontra o Pai Creador e o caminho para Deus. Percorremos durante muitos séculos caminhos que julgámos os mais autênticos e mesmo chegando ao fim ainda há quem não se aperceba que a escolha não foi feliz. Em causa esteve a lealdade de quem apregoou esse caminho. Construiu-se templos para ser morada de Deus e para com Ele se encontrarem, porém esses templos eram vazios e nunca o homem se interrogou porquê. Nem sequer perguntaram a quem promoveu a construção a causa desse vazio. 




Se corporalmente o homem construiu com a sua proporção os templos, também o concebeu aplicando os valores do seu espírito residente. Nessa manifestação exterior que segredo lhe falhou por não conseguir dar vida a esse volume oco construído de pedra. A vida no interior do Templo só poderá ser dada pelos construtores e pelos que lá entram sendo filhos de Deus, e não pela presença de um representante religioso. A geometria está no homem e tudo fez à semelhança da sua medida, como no vitrúvio, assim deveria estar na construção. De repente, o divino mudou de mãos: passou dos mestres construtores de templos para os arquivistas. A edificação para receber os que levavam a manifestação do divino, que eram gente simples e humilde, transformou-se em documento para cartório e a verdadeira igreja foi transformada em edifício de pedra. “Nunca admiro uma catedral sem me lembrar que são feitas da mesma pedra dos degraus mais humildes do burgo. As palavras são como as pedras: o espírito é que as lavra”. Escreveu Afonso Lopes Vieira.

Não podemos esquecer a mentalidade da renascença totalmente desenvolvida pelas tendências do Cristianismo Imperial. Passados séculos ainda estava debaixo do poder de Constantino, pois teria que ser cumprido o padrão dos Tribunais da Lei de Roma. Segundo os construtores dos templos o modelo das proporções vitrúvianas poderia ser questionado por essa lei. Todavia as leis ligadas à criação exterior do homem fazendo dele um templo não pode ser questionada e menos ainda no residente interior onde existe a medida protótipo de tudo quanto existe no Universo. Indiciam estas leis o entendimento das moléculas que constituem a formação e a forma do corpo humano e seu funcionamento. Embora seja semelhante no seu funcionamento a outras espécies animais, no homem há inteligência e vontade e acima de tudo a convicção de sua origem divina onde todos os organismos se movem e têm a mesma estrutura dos Universos.


Se em qualquer templo estivesse em frente do altar como habitualmente está o sacerdote, aguardaria voltado para a porta pelos que entravam ao Domingo de manhã. Nessa orientação diria com muita humildade a cada um que entrasse: Sejas bem-vindo! E a todos reunidos diria: Trouxeste convosco o Pai Creador, pois vos digo que sois seus filhos, e assim poderei entender a igreja como obra Sua e onde os seus filhos vêm reunir-se em irmandade e preencher este vazio construído de pedra. Portanto a igreja é o homem e a mulher alimentados pelo dinamismo do Reino da Vontade do Pai.

Antão (gnóstico), 21-09-2012