“Ao blasfemar contra o Pai Infinito ele perdoa e contra o
Filho Eterno (Deus) também perdoa; mas ao blasfemar contra o Espírito não serão
perdoados no céu nem na Terra”. É evidente que terá que ser pago com dor
semelhante às ofensas feitas contra o espírito residente no humano. A lei na
sua atuação tanto o faz individualmente como coletivamente. Presumo que nem os
representantes da religião entenderam a lei de causa-efeito. – Contudo quem
agride entenderá? E as injustiças que foram e ainda são praticadas na Terra,
julgam que não estão ao abrigo da mesma lei? O homem constrói templos e
palácios de justiça, mas devia acima de tudo construir templos e palácios de
perdão, de amor e de misericórdia e neles instalar a equidade com fraternidade.
É esse o superior desejo dos filhos: fazer a vontade do Pai Creador
representante do Filho Eterno (Deus) na obra a realizar-se nos mundos em cada
Universo local (Galáxia).
No mundo o homem sempre se considerou uma prerrogativa
alicerçada na casualidade da fecundação quando diz: eu não pedi para nascer?
Assim, pensam usufruir de todos os direitos: o deles e o dos outros. Poderia o
homem ter muitos outros direitos, mas não os tem no seu todo por falta de
humanidade. Também os que individualmente julgam estar acima de tudo e de
todos, mas quando a verdade os despe, o único recurso é a mentira para salvar a
aparência. A mentira nutre o mentiroso e ele tenta nutrir quem o escutar. Linha
a linha se fabrica um tecido, mas linha a linha se destrói. Também se constrói
tapeçaria com desenho cortês, usando várias linhas: a religiosa, a política, a
do povo. Nestas três linhas há uma que se distingue: a linha do povo simples e
humilde e por ser a mais sã é a mais forte; pois alimenta, dá força e sentido
às outras duas linhas que sem o povo não existiriam porque, respetivamente, é o
próprio povo que as sustenta, as intitulou e as nomeou.
Todo o princípio terá fim, embora haja instituições de
homens com orla loureira, pensarem que serão eternos. Eterno é o Amor e mesmo
assim, no mundo Terra onde vive compartilhado, ainda não conheceu a eternidade.
O povo ilude-se com o pouco saber sobre Deus e de boa-fé acredita, por isso não
enxerga a astúcia dos vendilhões do templo agora distribuídos por muitos
templos. Enquanto criança por várias causas coloquei dúvidas nas promessas
feitas no altar, às quais deram título celestial. Todavia não desacreditei no
Divino, estava expresso na bondade de uma criatura que me dava pão para mitigar
a fome de um período de vida em extrema pobreza. Cheguei a acreditar que um
santo caridoso do altar da igreja, viesse oferecer a esmola que lhe era feita
por oferta, repartindo-a pelos pobres da povoação que vivia no século XX em
semelhança com a Idade Média. Cresci sem frustrações e nunca pensei no dever
dos outros: mas no dever para com os outros
Era o Dia de Natal, sem prendas e sem pão. Teria sido no ano
de 1951. Depois de chuva intensa saí para o largo do povo de chão em terra,
onde se criaram pequenas poças de água das quais desviava os meus pés
descalços. Entretanto vejo uma menina da minha idade, que não era pobre como
eu, a pisar nas poças de água com botas de borracha perguntei-lhe: quem te deu
essas botas? Quem mas deu foi o Menino Jesus! Naquele tempo ainda não havia Pai
Natal. Fiquei triste. Sendo eu pobre e sabendo da bondade do Menino Jesus,
porquê não me ter dado também umas botas como deu àquela menina? Isto levou-me
a pensar: que pecado teria feito para que não tenha sido igualmente merecedor
de umas botas dadas pelo Menino Jesus? Qualquer criança da minha idade diante
de igual ocorrência pensaria da mesma maneira. Como era evidente não tinha
pecado! Agora posso concluir que quando pensei ser castigo do Menino Jesus a
ideia estava errada por culpa de quem inventou o pecado. O pecado veio para
acorrentar e ao mesmo tempo fazer injustiça a Deus, acusado de ser Ele o juiz
dos pecadores.
Hoje passados 34 anos desse dia da minha grande decisão
sinto-me capaz de entender o mundo e lhe daria um recado que não é meu e o
revelaria se fosse escutado. Os legítimos filhos de Deus confortam a ignorância
dos políticos e com ela se deixam governar. Veneram a dissimulação dos
representantes da religião que tudo prometem no céu sem o testificar, mas pessoalmente
vêm encaixar-se aos políticos com pretensas e divididas condutas teocratas;
pois aprovam uns e reprovam outros. Teriam aprendido com os políticos das
últimas décadas do Portugal democrático (…)? Porque dantes a religião assim não
foi (…) Lançaram o analfabetismo religioso e a hesitação endémica sobre a
Verdade, dando atraso e pobreza aos crentes, assim, a fé transformou-se numa
crença abstracta, numa tradição. Haveria tanta realidade ligada ao Divino
nestes tempos conturbados, que deveriam difundir se souberem, ensinando os
crentes e dar-lhe esperança na vida terrena para apuro da vida eterna. Mas não
usem a ignorância sobre as grandes Verdades dos Universos e de quem os criou.
Se os humanos que transportam em si a “igreja” soubessem no mínimo os grandes dias que o Pai tem para vos dar ficariam muito felizes, mas também vos quero dizer: nada esperem da política nem da religião. Venho agora falar-vos de um Pai que nunca se esqueceu de ser justo com os seus filhos. Falo-vos desse Pai e do seu projeto no espaço-tempo, mas sobretudo para este planeta. O homem escreveu: “Deus fez o homem à Sua imagem e semelhança”. Portanto o homem viu à sua semelhança o seu Criador Infinito. Deus foi imaginado à semelhança do homem. Este o maior erro que perdura até hoje. O homem sempre desconheceu a Realidade de Deus. Também nasceu há 2017 anos um homem na Galileia a quem ainda hoje tratam por Deus. Igualmente elegeram esse homem a quem chamam Cristo para rotular uma religião e é natural não o conhecer porque não viram nem sabem quem nele residiu durante a vida na Terra. Eu chamo-lhe com toda a convicção meu Pai Creador. Muito mais terei futuramente a dizer sobre a Verdade no espaço-tempo com origem no Pai Infinito Sábio, Infinito Amor, Infinito Perdão e Infinito Misericórdia.
Ser o que É, não criou infernos nem purgatórios e deixou que
as leis de causa-efeito fossem da criação e da aplicação do homem. Ofender Deus
residente na alma imortal do homem tem compromisso de rectificação exigido pela
lei e não pelo Pai de Infinita Misericórdia. Diz o povo: “quem com ferros mata
com ferros morre”. O que matou assume a lei e morre da mesma maneira; se não
for nessa vida é noutra. Não foi Deus quem o castigou nem é rigoroso. A mesma
lei aplica-se em muitas outras situações na vida do homem. Se fizeres uma
promessa a Deus por algum motivo, Ele não exige pagamento algum. Todavia aquele
que prometeu não se perdoa a ele próprio mantendo em si o compromisso de pagar,
porém não avistará Deus nem alguém em seu nome vir receber o pagamento. Inteligível
era o homem se em suas descobertas com seriedade concluir que a imensa e
grandiosa obra no espaço-tempo não foram uma obra com o propósito de um acaso.
Saberás dizer-me o sentido dessa obra? Disse em tempo que Pai Infinito não tem
o mal nem a experiência. Falando apenas da Terra repito: é um mundo de
experiências. Ainda permanece em vós a dúvida de Quem no homem se experiencia?
Antão
(gnóstico), 25-10-2012