quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Reflexões Doutrinárias - 2008/2011

O Pai Criador a viver em um cidadão ilustre chamado Joshua, não pretendeu fundar uma religião.

Foi com alguma antecedência que o Filho do Homem se apercebeu que alguns dos seus apóstolos seriam tentados a arquitetar uma religião em Seu nome. Esta poderia tornar-se competitiva com a mensagem que ele tinha intenção em divulgar aos habitantes da Terra. Ele empregou todos os meios que pudessem contrariar a tendência para a veneração da sua identidade, e assim veio a suceder pondo em risco a divulgação dos seus importantes ensinamentos à humanidade. Esse acontecimento prejudicial pressentido pelo Mestre inicia-se em Pentecostes. Nesse dia Pedro irrompeu em Jerusalém liderando uns cinco companheiros apóstolos em pregação, dando maior relevo à ressurreição e aos acontecimentos prodigiosos feitos pelo Mestre, esqueceram a relevante mensagem. Este foi um momento infeliz para a obra do Pai Criador e das suas intenções de progresso espiritual para os seus filhos na Terra. Ainda hoje sentimos na correntia Cristã herdeira da ocorrência, esse dia cinzento pela exclusão em difundir a Verdade que o Pai Criador tanto desejou fosse vivida.

Para conseguirmos interpretar o significado da vida do Filho Criador entre os homens da Terra, deveríamos antes de tudo ter algum conhecimento sobre o homem chamado Joshua Ben José.


Nasceu em Belém e residiu muitos anos em Nazaré da Galileia de onde partiu, separado definitivamente dos conteúdos caseiros junto da família de sangue com 27 anos. Despediu-se sem grandes preâmbulos embora amasse sua mãe, seus irmãos e irmãs. Partiu para Tiberíades onde permaneceu uma semana, indo depois para Séforis, capital da Galileia. Não vendo grande interesse neste local para divulgar o seu conhecimento e falar do Pai dirigiu-se para Cafarnaum, passando por Magdala e Betsaida. Em Cafarnaum, encontrou-se com um amigo do seu pai terreno, o Zebedeu, construtor de barcos de pesca cujos filhos eram seus colaboradores ao mesmo tempo pescadores. Zebedeu convidou Joshua a trabalhar no estaleiro com a finalidade de construir barcos mais bem adaptados à faina da pesca, com a colaboração desse sábio carpinteiro que aceitou prontamente o convite e onde trabalhou durante dezoito meses. No desempenho dessa profissão veio a conhecer os seus futuros apóstolos João e Tiago filhos de Zebedeu, e um irmão deles, o discípulo David Zebedeu ignorado nas escrituras.

Sem sabermos as causas, que teriam sido diversas, da sua encarnação na Terra como homem, não poderá ser verdadeiramente entendido por nós, e os motivos só Ele o soube inteiramente. É nosso conhecimento que esteve consagrado em revelar o Pai do Paraíso, submetendo-se constantemente à Sua vontade. Ele viveu essa encarnação beneficiando, não só os habitantes da Terra, mas todos os habitantes nos mundos do Universo local (galáxia) por Ele criado em reciprocidade com o Pai do Paraíso e Pai Infinito. Embora no desempenho de Soberano Supremo em Seu universo nunca interferiu na ordem da evolução progressiva e comum às raças existentes na Terra. Empenhou-se para não interferir no ritmo da evolução, contudo não fora limitado em deixar um sistema duradouro e melhorado de uma ética religiosa positiva. Também os seus contactos com os homens dirigiram esforços à regeneração espiritual e à emancipação intelectual, evitando entrelaçamentos com estruturas económicas e compromissos políticos. Todavia não deixou de encontrar e divulgar o ideal de uma vida religiosa apropriada às mentalidades dos habitantes da Terra.


Aos 29 anos o Filho do Homem, depois de sair de Cafarnaum, fez viagem entre os povos Mediterrânicos e durante essas jornadas contactou com vários povos, alguns submetidos ao Império Romano. Nos diversos contactos entre gentes de várias culturas era conhecido como o Escriba de Damasco. No decurso dessas viagens contactou com diferentes pensamentos ligados a religiões e filosofias a quem transmitiu conhecimento mais avançado sobre os assuntos em análise, levando muitos dos seus semelhantes humanos a se surpreenderem por tanta sabedoria. Os contactos nessa experiência e conteúdo nunca o revelou, nem mais tarde aos seus apóstolos. O propósito que o levou a fazer essas viagens e contactar com milhares de pessoas foi ter maior conhecimento sobre os filhos da sua criação e suas respetivas culturas.

Ele conviveu de perto e fez amizades com homens ricos e pobres, poderosos e indefesos, negros e brancos, cultos e rudes, ignorantes e espiritualizados, religiosos e ateus, educados e devassos. Nestes contactos Ele conseguiu enormes avanços na sua própria tarefa como humano de trabalhar a sua mente material e mortal. Com esta experiência o seu Unificador residente fez enorme progresso de conquista espiritual dentro da inteligência humana do Filho do Homem. Ao terminar essa grande viagem, Ele consciente sabia que nele residia um Filho Criador, conhecido entre as muitas criaturas por Ele criadas no seu universo por Mickael, Monada do Pai do Paraíso.

O Unificador residente a partir desse momento tinha melhorado as capacidades de trazer à mente daquele homem terreno chamado Joshua – residência do Pai Criador - algumas memórias esquecidas da sua experiência no Paraíso, na ligação que teve com o Seu Pai Criador muito antes
de ser nomeado para organizar e governar este Universo local (galáxia), do qual agora Ele é o Soberano Supremo. Como habitante neste mundo primitivo o Seu desenvolvimento espiritual foi gradativo e consistente, desde o dia da chegada do Seu Unificador até ao dia que atingiu a confirmação na relação da alma com o dote mental do espírito – a maravilha de fazer dessas duas partes uma e esta se unirá com o Unificador.

Essa união entre o Filho do Homem e o seu Unificador, estado que poucos mortais terrenos conseguem alcançar, constitui a unidade eterna com o Pai do Paraíso. O Filho Criador ao decidir vir como homem mortal, obteve conhecimento pela via da experiência pessoal, o equivalente na realidade à síntese totalizadora na vida dos seres humanos, nos mundos materiais. Nessa experiência o Filho Criador teve conhecimento dos pensamentos e dos sentimentos, das opressões e impulsos dos mortais evolucionários no longo caminho do Paraíso. Renascer na carne muitas vezes e depois morrer é a condição dos mortais terrenos ascendentes. O Pai Criador era um filho descendente mas também passou pela meninice, a infância, a juventude e a vida adulta, e teve inclusive a experiência humana da morte.


Não passou apenas por esses períodos humanos habituais e conhecidos de progresso mental e espiritual, mas também experimentou, em plenitude, as fases mais elevadas e mais avançadas de ajustamento entre o homem e o seu Unificador. E assim ele experimentou a vida plena do homem mortal, não apenas como é vivida neste mundo, mas também como é vivida em outros mundos evolucionários do espaço-tempo, mesmo entre os mais elevados e proeminentes de mundos já constituídos com vida repleta de luz.

Embora tenha vivido uma vida perfeita, na semelhança da carne mortal, não foi compreendido pelos seus irmãos mortais. Nem mesmo os que mais próximo estiveram dele o entenderam com maior abrangência. Nestes decai agora a responsabilidade em ser a força contemporânea da divulgação do Reino do Pai na Terra de duas formas: a visível e a invisível. A vida que Jesus de Nazaré viveu na carne, recebeu a aprovação ilimitada do Pai do Paraíso, constituindo-se, ao mesmo tempo, numa vida personificada, na plenitude da revelação do Pai ao homem mortal e na apresentação da personalidade humana aperfeiçoada para o contentamento do Pai Infinito.

O verdadeiro e supremo propósito, da sua vinda ao mundo Terra, foi ser o modelo humano, perfeito nos detalhes, indiferente ser criança ou adulto, homem ou mulher, em qualquer idade. A verdade dos factos é que, a sua vida inteira foi rica em feitos nobres, harmonioso e admirável, onde podemos encontrar muita coisa que é exemplar de um modo raro e divinamente inspirador. Isso revela o motivo que o levou a viver uma vida autêntica e sinceramente humana. O Pai Criador não viveu a vida no homem terreno com o propósito de estabelecer modelo para os humanos copiarem. Ele viveu essa vida na carne por condição do mesmo serviço e misericórdia pela qual todos nós podemos viver as nossas vidas humanas.

Ele viveu a vida mortal nos seus dias com naturalidade, e assim estabeleceu o exemplo para todos nós, do mesmo modo, vivermos as nossas vidas e os nossos dias com ausência de artifícios. Poderemos não aspirar viver a vida como Ele a viveu, mas se quisermos, poderemos decidir viver a vida como ele viveu a dele usando a mesma atitude. O Pai Criador não pode ser o modelo atingível, na experiência e na particularidade para todos os mortais, de todas as idades, em todos os reinos deste universo local, mas ele é, para sempre, a inspiração e o guia de todos os peregrinos a caminho do Paraíso, vindos dos mundos de ascendência inicial, cruzando o universo dos universos, até chegar ao Pai do Paraíso. O Pai Criador é o Caminho, antes de o homem chegar ao Pai do Paraíso.


Durante a sua vida entre os homens houve diversos episódios que Ele transformou em grandes ensinamentos. Na orla do mar junto ao ancoradouro do qual, supostamente, Jonas teria embarcado na viagem para Társis a fugir da face de Deus recusando fazer a Sua vontade. (Então criou-se grande tempestade e ele foi escolhido para ser lançado ao mar e um grande peixe tragou Jonas estando nas suas entranhas três dias e três noites e de lá orou ao seu Deus disse: “…quando desfalecia em mim a minha alma, eu me lembrei do Senhor…e reconheci preferir as vaidades inúteis à vida e estas suspenderam a vossa misericórdia”…depois do arrependimento de Jonas o Senhor falou ao peixe que o vomitou na terra.”) O “Escriba de Damasco” ouviu estas dissertações de um Filisteu que depois de concluir fez esta pergunta: “Mas tu crês que o grande peixe de facto engoliu Jonas?” Joshua percebeu que a vida desse jovem tinha sido demasiado influenciada pelos costumes e tradições e que a admiração por esse episódio incutira nele a ideia disparatada de fugir à responsabilidade; Joshua então não disse nada que fosse destruir subitamente o fundamento da motivação desse jovem Filisteu para a vida prática.

Então Joshua disse-lhe, em resposta a essa questão: “Meu amigo, todos nós somos Jonas, com muitas vidas para viver de acordo com a vontade de Deus e, sempre que tentamos fugir do dever essencial, retirando em direção a tentações alienadas, colocamo-nos sob o controle imediato de influências que não são dirigidas pelos poderes da verdade nem pelas forças da retidão. A fuga do dever é o sacrifício da verdade. Escapar ao serviço da Chama da vida, só pode resultar em conflitos esgotantes, com as difíceis baleias do egoísmo, que levam finalmente à obscuridade e à morte, a menos que o Jonas, figurativo de muitos homens que voltaram costas à Verdade e estão vazios do Pai, voltem os seus corações, mesmo que estejam nas profundezas do desespero, na procura do Deus Verdadeiro e da sua bondade.

E, quando as almas, estando desalentadas, procuram sinceramente Deus – com fome da verdade e sede de retidão –, nada há que as mantenha limitadas à clausura. Seja qual for a profundeza na qual se tenham afundado, quando procurarem a Verdade, com toda a fé, o espírito actuante do Pai irá libertá-las desse cativeiro. Os encontros positivos na vida, alimentada entre humanos ao serviço da vontade do Pai, darão a mão com firmeza e esta os poderá colocar em terra firme e plena de novas oportunidades, de serviço revitalizado e de vida mais sábia.

Para uma alma imortal, natural de Pátria divina, não há aventura mais entusiasta ao longo da existência mortal, do que o regozijo de atuar juntamente a um companheiro na vida material - o corpo humano – e aliados se amalgamem à energia do espírito e à verdade divina, em todas as lutas triunfantes contra o erro e o mal. A imperfeição gerada pelo mal é a escuridão que persegue o pouco saber. Confundir o mal com o perverso é inconsciência no raciocínio lógico de confundir o fator de crescimento espiritual com as causas do seu afundamento. Em torno deste mundo movimentam-se imensas legiões de seres caídos de outros mundos que vieram reencarnar com urgência neste planeta. Foram expulsos de planetas onde viviam e agora vivem mesclados com os naturais deste mundo tendo sido até hoje sucessivas as suas reencarnações.

Os movimentos satânicos no mundo Terra são consequentes de rebelião contra o amor e fraternidade. A força da rebeldia e os seus acólitos só poderiam ser precipitados para aqui dada a conjuntura da Terra, tratou-se de forças envelhecidas com entendimento e com visão consciente entre o bem e o mal, motivo que levou no afastamento de superioras civilizações de onde foram sanados por não lhes ser permitido os atos de perversão e hoje proliferam em todos os quadrantes sociais deste planeta onde desejaram, e quase conseguiam, possuir o domínio absoluto dos humanos e das suas instituições.

Em breve serão também expulsos para outro lugar, capaz de os domar da sua atividade de ânimo satânico, em zonas abismais onde o inferno de Dante é uma pálida versão da realidade. As forças satânicas operam no nosso mundo disciplinadamente para que o alimento nutritivo não lhes seja negado e ao mesmo tempo usam astuciosamente o cunho inteligente dos mundos da sua origem no domínio dos terráqueos usando aspecto dissimulado e já o teriam dominado completamente se os emissários superiores não dispusessem de recursos para sufocar as suas pretensões e denunciar as suas estirpes. Sabendo o reinado satânico que lhe resta pouco tempo, depois de desamarrado, veio cheio de ira e ganância expressa em imagens que cultivem poder.

E agora muito próximo do seu fim passarão a perder; quando imersos em angústias serão os primeiros a gritar por socorro ante a força do poder Angelical. A estirpe satânica é cobarde e só é destemido quando é dominante e vencedor. Estão a ser manifestos os tumultos e vinganças dos derrotados, porém estes sinais, para os filhos do Pai Criador, são motivos de grandes alegrias. Foi dito: “ Bem-aventurados os que lavarem as suas vestes com sangue do cordeiro para terem parte na árvore da vida e possam entrar na cidade pelas portas”. Apocalipse 22-14.

Antão 07-12-2011