quarta-feira, 15 de junho de 2011

Crer no Pai Infinitamente Sábio e Misericordioso é o que nos resta

Na edição anterior referi a morte por crucificação do Filho Perfeito criado por Deus e aos clamores atuais e legítimos de quem vem adquirindo maior consciência, o que leva a conhecer melhor quem foi o Filho do Homem e quais os motivos que levaram à sua morte, seja o principal insubmisso contra esse hediondo crime. Testemunhei com aperto interno um comentário que pareceu ser preceito doutrinário, a propósito do fim à vida do Ser mais puro que na Terra trilhou.



Manifestei no texto anterior a minha tristeza pelo tormento do Mestre e insurgi-me a comentário indouto sobre a segunda crucificação e ao outorgamento desse ato; o sacrifício do Filho, prisioneiro da vontade do Pai, para expiação dos pecados dos homens. A crucificação do Mestre foi solicitado pelos Judeus, “seja crucificado”, porque cometeu blasfémia. Acusaram. Os “sucessores” disseram mais tarde que o “Seu martírio foi para absolvição dos homens pecadores”. Justifiquem então, o que alicerçou a “santa inquisição” ao condenar à fogueira os pecadores previamente perdoados?




Ao proferir inquisição, seria grave pensar que o método da Igreja Romana, como sempre fez, de consolidar pela força o seu reinado de poder na Terra pertencer ao passado. A inquisição tem hoje nome diferente para dissimular o temível assassino que foi o tribunal do Santo Oficio. Desde o Concilio do Vaticano II em 1965 que o Santo Oficio foi disfarçado em “Congregação para a Doutrina da Fé”, este Secretariado de Estado do Vaticano foi chefiado pelo então Cardeal Ratzinger, atualmente o Papa Bento XVI.



Acuso os efeitos anti-cristãos no início do poder da religião de Roma fundada no ano 324 após o concílio de Niceia. Nessa data foram destruídas as escrituras respeitantes às igrejas dos cristãos primitivos com nascença atribuída ao Apóstolo Pedro e aos apóstolos que com ele ficaram depois da ressurreição do Mestre. Assim como a perseguição aos Gnósticos e Arianos em toda a bacia do Mediterrâneo, foi dos períodos mais cruéis por que a humanidade cristã passou, nestes últimos dois milénios. Foram cometidos atos infernais usando o nome de Jesus e de Deus. Todos os que não se sujeitaram à hierarquia estatal de Roma e de Bizâncio foram chacinados aos milhares, por ordem da hierarquia religiosa estabelecida por Constantino. A aniquilação dos cristãos Arianos por arbítrio do poderio Romano, acabara numa atitude missionária maciça destes cristãos não submetidos que conseguiram “baptizar”: Lusitanos, Vândalos, Suevos, Alanos e Visigodos, assim como Lombardos e outros. Com a construção do Império Vândalo, que não era menor que o Romano passou o cristianismo Ariano a abranger a maior parte dos cristãos.

Após a destruição do Império Vândalo no século VI, foi quando a igreja de Bizâncio decidiu a aniquilação do que restava do braço armado dos Arianos, matando todos os Vândalos, incluindo idosos e crianças. Os homens sobreviventes foram obrigados ao serviço militar vitalício na cavalaria Bizantina. Também as raparigas e mulheres que escaparam à matança foram obrigadas a casar com homens de outras raças do Império Bizantino, nomeadamente com negros do Sudão. Desta história negra da religião não falam, talvez por vergonha, os nossos historiadores, conquanto seja difícil silenciar. Individualmente não faço julgamento – nem me compete fazer. O homem (Humanidade) terá que fazer o seu auto-julgamento, nos atos do bem e do mal de sua imputação. Deus, embora não seja o mesmo que encerra as ameaças feitas pelas religiões, nunca teve atitude de julgamento. Logo, não julgará.



Gezerico, Rei Vândalo, quando tomou Roma e abandonou depois do saque, teria dito: ”nem deixarei os meus cães no meio de tanta depravação”. Não seria ao acaso o erro histórico, quando um monge francês no século XVII colocou num dicionário a palavra vândalo no sentido pejorativo, sinónimo de destruidor, sanguinário, selvagem etc. Também o Arianismo teria levado um monge Austríaco a engendrar a raça que definiu para Hitler e um dos pretextos para o conflito mundial de 1937. Alguns destes acontecimentos se insinuaram ao Ser único que viveu a vida dando grande exemplo de humildade e grande saber e, com tristeza verificamos, de todas as bandas o têm vindo a utilizar para alcançarem o poder, desprezando o significado das palavras e os exemplos dados pelo Mestre: “O Meu Reino não se constrói pela mão do guerreiro empunhando a espada de morte”.


Foi desprezada uma outra verdade! O Pai do céu desejava que o Filho terminasse de forma natural a sua passagem na Terra, igual a todos os mortais quando terminam, naturalmente, as suas vidas na carne. Um pai, mesmo o terreno, não sacrificaria até à morte o seu melhor filho para ele pagar os crimes praticados pelos seus irmãos. O Pai do Céu não se iguala a um pai terreno, bem pelo contrário, em Sua infinita misericórdia não condenaria o seu superior filho a padecer até à morte para pagar pessoalmente as dívidas dos homens pecadores. Não me demovo na certeza que a justiça de Deus é inalterável em todas as contingências, nem cede aos preceitos nem às vontades e caprichos das religiões dos homens.

Nestas desordenadas conceções de um mundo apático, no decorrer dos tempos, incluindo os modernos, os homens foram conduzidos por forças astuciosas políticas e religiosas, que não souberam, nem quiseram, construir os futuros. Apesar de, os políticos terem feito promessas de justiça social que nunca irão cumprir e, as religiões a promessa de um lugar de felicidade plena junto de Deus ou no paraíso da Terra, chegado o fim do mundo, que nunca irão cumprir. Quer uns quer os outros, enganam para acertar entre eles os seus respetivos interesses com disfarçada cumplicidade, a política e a religião, resultando em injustiças tomadas de rédeas incorrigíveis e na miséria devoradora das capacidades, o que garantiria o alimento mínimo do corpo e também da alma, direitos legítimos aos filhos de Deus. A mais eloquente ação de olhar o futuro é comprovar a misericórdia de Deus ao dar o sol ou a chuva diariamente, indiferente aos malfeitores existentes entre a sua admirável obra; a humanidade.

Não soubemos até ao presente criar a obra fraternal para a eleger no futuro, neste epílogo tudo está em declínio sem recurso à benevolência da Lei. A civilização está em queda, percorre caminhos incertos de esperança frustrada e sem posteridade – não soubemos globalizar a futura residência para o espírito de Deus. Foi dito que no fim, “haverá choro e ranger de dentes – todo aquele que aposta forte e perde bem que se lhe rangem os dentes”! E para agravar ainda mais o “ranger dos dentes”, as forças das trevas têm vindo a formar uma sociedade de novos seres que se conhecem sem nunca se terem visto e se entendem sem nunca se terem explicado. Neste âmbito, surgem ameaças de um fenómeno que vem inquietando a humanidade. Tudo isto seria plausível se entre os eleitos para a Nova Era não houvesse firmeza e coragem, capaz de vencer os contrários à implementação do Reino da Verdade.


A União Europeia está sob a sombra de ameaça pela Alemanha que se está a tornar rapidamente em membro dominante nesse mosaico de nações, usando especialmente os argumentos económicos, alicerçando-se por esta via uma terceira guerra mundial, embora de pouca dura e, como nas anteriores, umas das grandes vítimas serão os promotores. Também não devemos estranhar o ensaio para o renascimento de tramas ideológicas que pretendem engendrar o neonazismo e o neofascismo. Assim que se use a força para construir algo, esta se fixa, escondida na mente, na figura de um molde ou matriz, que apenas fica a aguardar o momento para se revelar ao mundo e aos sentidos humanos. Embora muitos não creiam nestas conceções, por enquanto invisíveis, na mente dos criadores ela já existe indestrutivelmente noutra dimensão e, no entanto somos responsáveis pelo benefício ou prejuízo, que se fizer no mundo pela concretização das ideias. A concretizar, que sejam abnegados e pacíficos e não uma conspiração infernal.



Apesar dos rumores de desordem, neste tempo com um dom raro e precioso iremos receber a nossa oferenda cósmica e a escolha que fazemos hoje, seja individual, seja colectivamente, fazemo-lo através da forma como escolhemos viver as nossas vidas, na presença dos maiores desafios já colocados à história da humanidade. Adotei, para essa transcendente história, aquela que um grande Sábio divulgou, e nunca alguém igualou na semelhança da carne mortal, e viveu como um homem do seu tempo e geração, assim, Ele funcionou para mostrar ao seu universo inteiro (Via Láctea) o ideal da prática de perfeição, da mobilização suprema, no cuidado dos assuntos da sua vasta criação. E volto a citar: “O êxito que tem Deus, na Sua busca do homem, encontrando-o é o fenómeno do homem procurando Deus e encontrando-O”. O Mestre fez tudo isso, para satisfação mútua, e fez num curto período da Sua vida na carne. Se igualarmos, sigamos o Seu exemplo!



Na decisão do Filho Criador ao partir para a encarnação terrena e no que respeita essa encarnação quanto à geração dos homens que viveram contemporaneamente à sua doação como homem mortal, usou do compromisso de modo a mover-se preponderantemente no papel de Mestre. Dando atenção, primeiro, à libertação e à inspiração da natureza espiritual do homem, em seguida, iluminar o obscurecido intelecto humano, aliviar as almas dos homens e emancipar as suas mentes de temores ancestrais. E então, apesar de a sabedoria estar sob a condição de um mortal, atendeu ao bem-estar físico e ao alívio das condições materiais dos seus irmãos na carne. Viveu a vida religiosa objetiva e isenta, para inspiração e edificação de todo o seu universo e deixando para nós um exemplo e uma mensagem: em todas as gerações sede fiéis e perseverantes ao aguardardes pela minha derradeira vinda em espírito.

Neste planeta de sua preferência, libertou espiritualmente as raças humanas segregadas, durante duzentos e cinquenta mil anos, pela rebelião de Lúcifer. Na Terra, deu mais uma contribuição à soberania do Supremo, estendendo, assim, o estabelecimento dessa soberania até aos amplos domínios da sua criação pessoal. Nesta, que foi a sua concessão na matéria, à semelhança da carne, ele experimentou o esclarecimento final de um Criador no espaço-tempo, a experiência dual de trabalhar utilizando o espaço interior da natureza humana mas fazer a vontade do Pai do Paraíso.

Na vida temporal, a vontade da criatura finita e a vontade do Criador Infinito estavam para se tornar uma, da mesma forma que também se estavam unindo na Deidade evolutiva do Ser Supremo. Derramar, sobre o planeta Terra, o Espírito da Verdade.

Assim, fez com que todos os mortais normais desta esfera isolada pela rebelião se tornem de imediato e plenamente acessíveis à receção e ao ministério da presença distinguida do Pai do Paraíso, por intercessão do Filho Criador, o Ajustador do Pensamento dos reinos.

Antão

quarta-feira, 1 de junho de 2011

É necessário aclarar, corrigir e eleger atitudes de lealdade


Assistimos a uma enorme carência de afeiçoamento que promova a fraternidade entre os filhos de Deus. Isto significaria, dar testemunho no ofertório pessoal de afeição ao próximo. Este deveria ser o acordo da humanidade com Deus. Prenunciar é simples; afirmar presumidamente é impostura e, com isto expresso: Eles aí estão! Induzem a grande assombro e assim enganam a muitos. Na informação dada há dois mil anos pelo Sábio da Galileia ao dizer: “Eles virão, farão prodígios e enganarão a muitos”, seria provável de uma outra interpretação que me contenho de referir. Contudo, conclui-se que esta análise poderá testificar a sua aplicação em diferentes conjunturas de exteriorização pouco transparente no itinerário de muitos no seio da humanidade e que seria bom não usarem de continuidade.


O meu carácter é insubmisso às tradições religiosas por não satisfazerem o meu interior ávido da Verdade. Informo a minha rebeldia contra as oposições na construção do Reino da Verdade na Terra. Desde o início do meu rumo espiritual sempre adotei o recurso do lutador. Errei algumas vezes por ignorância! Imaginava que sabia; recorrendo à lógica de ser Sacerdote pela ordenação do Grão-mestre de uma Ordem denominada (…). Foram quinze anos, até decidir outra via de conhecimento entre os Druidas onde fui designado Sacerdote Bardo, que representa o 3º Logos: Inteligência/Forma. A Forma poderá significar o corpo que é o veículo temporal, que serve nesta vida como mero suporte de experiências.


Esta fase experimentada entre os Druidas e a sua tradição esotérica foi para mim um fenómeno que emergiu das brumas num tempo mitológico. Mito, é igual a “palavra que oculta a verdade” é a chave que abre a porta da memória ancestral e desperta a mente adormecida. Assim se entende que existe para além de um mundo concreto e objetivo, um plano imperceptível, subjetivo e arquétipo onde tudo gravita em busca da perfeição. O Reino anunciado pelo Nazareno, assim era conhecido o Mestre entre os Druidas, não é mais do que a realização de uma osmose - permeabilização na esfera psíquica do ser humano possibilitando a revelação do Espírito de Deus que o habita.

Entre os Druidas refleti que é preferível morrer e interiormente estar vivo, a viver e interiormente estar morto. Neste mundo, com grande número de mortos-vivos, muitos vivem na pedantice de venerados. Contudo, no rumo onde a sinceridade devia ser princípio, vejo alguns a presumir de sábios e profetas e sobra-lhes tempo para reunir imitações de tudo o que imaginam dar-lhe referência e vanglória. Adquirir informação e pronunciar-se, não é o mesmo que perceber o saber íntimo, realizado no tempo com convicção e memória desperta. Reter conhecimento é importante, porém este terá que adquirir vida interiormente para alcançar o sábio no homem.


Num percurso continuado de vida simples e vinte anos de luta interior pela verdade, após transcendental ato, em 1998 fui sagrado Guerreiro da Luz por uma ordem astral de Guerreiros Samurais, o que para mim significa tal como as anteriores, reafirmar o combatente pela obra de Deus na pessoa humana, com perseverança e igualdade de condição. O tempo tardou em o assumir com grande humildade, estando consciente do acto e do compromisso para com o Sublime Mestre da Galileia.


O engrandecimento na alma e espírito não carece das religiões atuais ou seitas, porém, não sendo praticante não legitima a pantomina. O fundamental é “fazer a vontade do Pai”, e a vontade do Pai é que todos os homens se amem como o Mestre da Galileia os amou, e o dever de se dedicar sem adiar, à esperança na eternidade que brota da alma e espírito do humano, ansiando em vão ter uma paz que nunca efetivamente chegará. A autêntica paz exige aos homens a luta permanente do bem, derrotando o mal com a arma mais eficaz, o Amor. O Mestre disse que dará a paz aos que lado a lado com Ele fazem a vontade do Pai.

Ao mencionar as religiões, relato a insuficiência nos exemplos morais, de doutrinação e fracasso nos atributos que levariam ao engrandecimento da alma e espírito. Chegou o tempo para quem de direito vem reclamar contra o uso e a comercialização da Deidade em templos e em aludidos locais sagrados. A incorreção desse comércio iniciou-se a partir da expansão do Império Romano do Ocidente, e em lugar da mensagem do Mestre da Galileia veio o terror e a escravatura dos povos na Península Ibérica. Veio a religião fundada por Pedro, depois romanizada, trazendo a promessa de salvação aos “gentios”.

Sabe Deus, os açoites e crucificações que vitimaram os povos, para os arrogantes Patrícios, muitos transformados em padres, erigirem a sua igreja de interesse imperial. A atitude de força, característico do exército romano, não era certamente fazer a vontade do Filho do Homem para divulgação da doutrina do Amor e a implementação do Reino. Assim não aconteceu! Ainda não o alcançaram até hoje, nem alcançarão.

O episódio mais indigno de ação humana, sob a autoridade religiosa, foi tão bárbaro que ainda hoje os sinos repetem para que sejam escutados, entre os poucos homens e mulheres justos e fiéis ao Filho do Homem, os seus clamores. Revivem o tempo em que a autoridade de Jerusalém, alistada depois sob apostasias e rebelião, condenaram inocente aquele que veio dar testemunho da Verdade e, em obediência ambígua a autoridade pervertida de Roma crucificou-O. Estarão esquecidos os de Roma que O crucificaram de novo em simulacro? E do devoto católico não se ouviram os seus clamores! Sou Crente, ainda que exilado das religiões venho questionar, com assombro a Crucificação de Jesus pela segunda vez.


Como não estamos no ano de 1529, em que a mais alta autoridade literária de Paris, Berquin ao desaprovar os papistas, os monges Beneditinos (Bentos) o estrangularam e queimaram na praça pública. Hoje, embora perdure outro tipo de inquisição, não me contenho de bradar, nem interessa o que possam considerar os autores e defensores romanistas da réplica da crucificação e humilhação de Jesus, mesmo que a intenção fosse para relembrar o Seu sacrifício e acusar os autores desse crime hediondo, mesmo assim, nada o justificaria.



A religião que diz representar Jesus na Terra e que em algumas práticas cerimoniais afirmam ter sido instituídas por Ele, nomeadamente no simbolismo da distribuição do Pão e do Vinho ocorrer a transformação autêntica no corpo e no sangue de Jesus que dão a comer e beber, não ser de igual modo assumida, dentro da mesma apreciação a crucificação simbólica de Jesus pela segunda vez. Depois de proferidas tantas imputações, nomeadamente no século V ao século XVI, aos judeus pela morte de Jesus.


O Pai do céu desejava que o Filho terminasse de forma natural a sua passagem na Terra, igual a todos os mortais quando terminam, naturalmente, as suas vidas na carne. Os homens e mulheres comuns não podem ter as suas últimas horas na Terra antevendo um acontecimento singular, decorrente da morte com permissão a pretexto especial. Desse modo, Jesus escolheu terminar a sua vida na carne de maneira que estivesse de acordo com o decorrer natural dos acontecimentos, e recusou terminantemente livrar-se das garras cruéis de uma perversa conspiração de acontecimentos desumanos que o arrastaram, com uma certeza horrível, até a uma humilhação inacreditável e uma morte ignominiosa.

Levado a extremo todos os detalhes, dessa assombrosa manifestação de ódio e dessa demonstração sem precedentes de crueldade, no artifício de homens astuciosos e mortais perversos. A vontade de Deus não era essa, nem os ultra-inimigos de Jesus ditaram os acontecimentos, embora eles providenciassem para assegurar que homens irreflectidos embora perversos viessem a rejeitar o Filho do Homem na sua oferta de outorgamento. Até mesmo a figura das trevas desviou o rosto do horror pungente da cena da crucificação.


Ao vaticinar o modelo religioso da humanidade do terceiro milénio, não se rejeita haver doutrinas concernentes à unidade religiosa absoluta, julga-se não ser para breve o seu advento, pela mesma razão que a humanidade não poderia preferir exclusivamente um só tipo de adorno ou de fragrância. O terceiro milénio será o início de verdadeira aproximação fraterna entre a humanidade sob o regime de generosa tolerância; os credos religiosos que atenderão as suscetibilidades dos seus devotos suavizarão as suas fronteiras dogmáticas e providenciarão maior intercâmbio entre os vários adeptos religiosos.

É certo que haverá, ainda nas primeiras décadas do terceiro milénio, um eco das raízes profundas firmadas pelas atuais religiões dogmáticas e tradicionalistas, tentando uma hierarquia sacerdotal a fim de liderarem o pensamento religioso da nova humanidade; mas será apenas uma tentativa de agrupamento simpático, sem a habitual agressão ideológica ou o combate sistemático que ainda se faz em púlpitos e em varandas entristecidas.

Os da “direita” do Cristo fundamentados no princípio da renúncia em prol da ascensão Crística, irão sempre preferir sacrificar a sua crença religiosa ancestral, para ser instituído o princípio do Amor.

Antão