terça-feira, 27 de novembro de 2012

As coisas velhas, as novas e as exemplares


O Pai Creador disse: “Aquele que conquista o controlo sobre o próprio ego é maior do que aquele que conquista uma cidade”. O exame individual coerente é conforme com a medida da natureza moral do homem e é indicadora do desenvolvimento espiritual. Renascer do espírito elege renovadas pessoas e é ele quem ensina a acreditar e a exultar. Em lealdade com o Reino do Pai nos devemos transformar em novas criaturas, assim como tudo que em nós seja velho deve desaparecer. O Pai Creador quando viveu na Terra deu-nos provas de como todas as coisas devem tornar-se novas. Quando se manifestar a amizade que sentirmos uns pelos outros em fraternidade, o homem ficará inteirado de que houve a passagem da escravidão para a liberdade e da morte para a vida eterna.


Nos trilhos antigos os homens procuram ainda os caminhos do presente. Esta atitude coloca em obediência e concordância as regras de viver sobre influências arcaicas e corroídas. O caminho descoberto na mensagem do Pai Creador vem a transformação da alma imortal. Foi em dia de Pentecostes do ano 36 esse imenso ensinamento; a vinda do Espírito da Verdade sobre os espíritos dos discípulos e nesse instante fortalecidos. Com a renovação espiritual imutável em nossas mentes, tal como eles foram dotados, teremos o poder de atuar com a Verdade em alegria e convição em fazer e divulgar segundo a vontade do Pai Creador, para chegar ao Pai Infinito. 

Não é na religião mas na fé própria ao serviço do Bem, que teremos acesso às promessas perpétuas do encontro com o Pai Creador, isto assegura que nos podemos tornar participantes da Natureza Divina. Assim, por intermédio da fé pessoal e pela multiplicação no espírito residente, nos tornaremos na realidade em templos onde habita Deus. Assim, seremos a residência de Deus e não os escravos das opções materiais e da ignorância sobre a Verdade de Deus residente, calada pelas religiões e seitas. O futuro reserva para nós uma maior consciência de sermos os filhos livres e libertos pelo Espírito que irá ser enviado quando acontecer o que O Pai Creador anunciou: “…virá o dia em que Eu e o meu Pai enviaremos o nosso Espírito sobre toda a Terra e sobre a humanidade”. Este é o futuro em que confio e sei que muitos humanos o esperam também. 


Os dias são feitos de muitas eventualidades. Há os que praticam o mal e depois acusam os inculpados. Imputam também o mal à influência de forças malignas declinando a sua responsabilidade, quando, na realidade, foram conduzidos pelas tendências naturais na falta da perfeição pessoal. Não me refiro ao perverso que nesta idade do homem é o maior ator que numerosos veneram. A emoção engana e os sentimentos exteriorizados que dizem nascer do coração, por vezes até se tornam desesperadamente deformados. É muito mais fácil, quando somos enganados pelas nossas atitudes egotistas, agir de ingénuo perante os outros. Há também o sentido de culpa, de pecado, de castigo de Deus e o medo ridículo de não ser perdoado sem a confissão. Há também os que transformam a vida em sensualidades diversas; em prazeres que geram escravidão e dependência. Mas há também os que alimentam a malícia, a inveja e mesmo o ódio vingativo. É igualmente grave ser consciente e rejeitar a Verdade, substituindo-a por dogmas. As ocorrências na vida do homem deverão ser coerentes com a vontade do Pai.

“Quem torto nasce, tarde ou nunca se endireita”: diz o provérbio. Evidentemente não menciono a insuficiência física, mas as imperfeições que impedem o progresso da Alma aos que ela concedeu a vida para que atinjam a imortalidade. Entre o homem há aqueles que crescem em ambicionada promoção para se incluírem na sociedade de rótulo poderoso e nesses meandros, imaginam ser o meio propício e único para a construção de todos os valores necessários a uma vida. Porém os valores a que me refiro nada têm de valores materiais e de poder terreno; salvo a experiência de muitas vidas na Terra. A fração do Espírito Materno, a mesma que habitualmente lhe chamo a alma imortal, progride em perfeição ao residir no homem mortal através da humildade. A ostentação meramente terrena é feita por homens que não são capaz de ir mais longe, mas não deixam de fazer crer aos cegos que são sábios. Não verificam que as suas decisões nasceram tortas assim como eles. 



É díspar a revelação de um Mestre quando tem discípulos de exceção. Comparo o grande Mestre da Galileia e seus apóstolos. Sem discípulo será natural haver mestre? Embora muitos usem rótulo de mestre sem ter verdadeiramente discípulos. Mas também há discípulos enganados pelos falsos mestres. Se estreitar o meu comentário e o faça entrar na Casa-do-tear poderá sentir, que entre os seus habituais frequentadores possa haver quem se tenha inspirado mestre sem antes se proporem ser discípulos. Nesta vida poderão ainda ter dificuldade em cumprir como discípulo, mesmo sendo em liberdade e facultativa a doação do ensinamento. Não me confundo quando observo algumas celebrações individuais: assim, declinam o apreço que seria justo manter por quem dá a troco de nada e apenas com o propósito de cumprir a vontade do Pai Creador junto do seu próximo. 

As almas imortais que vivem no mundo a residir em invólucros humanos era de informar, apoiado em conhecimento sobre a vida posterior à morte do corpo, ser muito desigual das ensinadas por algumas religiões e seitas. A alma imortal tem idades que não estão ao nosso alcance calcular, nem poderíamos, pois não temos maneira de conhecer a data do seu nascimento: em que tempo o Espírito Materno enviou frações suas que personalizou, para viverem e se experienciarem nos mundos. Esse aperfeiçoamento do espírito residente está diretamente ligado à experiência na carne e não havendo vida na carne em determinada idade do crescimento no espaço-tempo este não evolui. Devemos aproveitar a oportunidade da vida na Terra praticando a Verdade com rigor, que é entre muitos outros, os valores com que se constrói o Reino da Vontade do Pai. Se não cresceres em perfeição durante a vida na Terra e te alimentes com o Bem, de nada te ajudarão as missas depois de morto.

A salvação não vem dos rituais terrenos por muito teológicos que eles sejam; nem pelos atos de honestidade pessoal, mas pela via da perfeição no espírito em luta incessante contra o mal. Podemos justificar-nos pela fé e pelo merecimento sermos unidos em comunidade fraterna sem alimentar o medo assente em irreverência imaginária. Não são os defensores, artificiosos, da castidade e do celibato os privilegiados. Os filhos do Pai Creador, já possuidores do espírito residente, serão sempre e cada vez mais os doutos sobre o próprio ego e a tudo quanto é pertinente aos desejos físicos e materiais. O conhecimento poderá ser alavanca para erguer a convicção que procura a Verdade que dá a vida eterna e em simultâneo a verdadeira paz vinda da Deidade. Deem dessa paz se a tiverem, e procedam como prova pessoal do crescimento interno. 


Foi dito pelo Pai Creador aos discípulos: “tudo quanto fizeres no caminho dessa paz sobrenatural está destinado a ser santificado no serviço eterno dos filhos, sempre em progresso, do Filho Creador. Doravante, não é um dever, mas é como um alto privilégio que, ao buscardes a perfeição no amor do Pai, vos limpeis de todos os males da mente e do corpo”.

Antão (gnóstico), 23-11-2012



terça-feira, 20 de novembro de 2012

Diz o Velho Testamento


…“Creou Deus o homem à sua imagem e semelhança: à imagem de Deus o creou.” Diz do homem da Terra. O aperfeiçoamento do mundo e sua natura e em consequência a evolução das espécies, o homem surge e pertence ao sétimo reino. Será este o sétimo dia da ordem cronológica da creação? Talvez. Estando o homem de raça negra na condição de espécie natural da Terra e mesmo de outras raças desde há muito colonas neste planeta, estão distantes de entender a verdade sobre a energia que nos anima desde o princípio e à semelhança de quem essa energia e de onde é enviada; assim ignorando, apenas conseguiram ver Deus à semelhança do homem. Antes do homem, creou Deus o planeta, assim nos questionamos sobre a causa que justificou a sua creação e sabendo que não foi casualidade coloco-vos a interrogação: há quanto tempo o creou? Quem em nome do Pai o creou? Porquê foi creado? - Tento dar uma resposta a mim mesmo. Embora exista no homem algo semelhante ao Universo ainda que minúsculo, contudo o dimensível em cada humano abrange em mim a ideia da inscrição no oráculo de Delfos: “ó homem, conhece-te a ti mesmo e conhecerás os deuses e o Universo”.


Primeira interrogação: - Quando o creou? - O homem não sabe! - Encontrou-se uma pedra de “Uranito do Transval” com três mil e quatrocentos milhões de anos, embora noutra sequência de fenómenos nos falem de dez mil milhões de anos. Mas isto não esclarece exatamente a idade do planeta que inicia em três reinos primários antes do mineral que assesta no quarto reino. O Pai Creador quando viveu como homem na Terra, estando próximo da morte implorou: “ Meu Pai! Dá-me de novo o lugar que Eu tinha, muito antes de este mundo ter sido creado”. Entenderão a verdadeira causa e a comprovação daquele pedido?

 Segunda interrogação: - Quem em nome do Pai o creou? - Com humildade admito saber! Chamo-lhe meu Pai Creador e como Ele disse existir muito antes de ser creado este mundo, foi porque participou na sua creação junto com a Força Creadora de todas as galáxias. Quando lhe chamo meu Pai Creador não tenho dúvida alguma e sei também que é o Soberano Supremo desta galáxia e a sua residência situa-se no seu núcleo. É a esta essência nuclear que a ciência dá a designação de “ buraco negro devorador de matéria”. Não está longe essa ideia. Porém lhe dou um nome mais atinente com a realidade: transformador de matéria cuja energia de força incalculável e de luz tão intensa que ao homem lhe parece ser treva ou então “buraco negro”. É esta a grandeza incalculável daquele que é meu Pai Creador.


Terceira interrogação: - Porquê o criou? - Porque Deus no princípio ao ordenar “haja a luz…e havendo a luz” emanada dele próprio é acessível ao homem mais comum deste planeta e assim se cumpre o propósito: “Frutificai e multiplicai”. Espero que a vossa interpretação não tenha o mesmo sentido que lhe deu a religião; confundir um grande propósito do Creador com o ato de procriar. Em torno desta distorção se tem verificado enorme hipocrisia. Se a creação da Terra e de tudo o que nela vive tivesse como objetivo único o procriar não se justificaria a sua creação. Sempre fomos vítimas da versão mais fácil e de promessas de comprovação difícil pelos feitores dessas versões. O rigor virá sobressaltar uns quantos produtores de falsidades a quem a Verdade tem intenção de fazer enorme exigência. No momento certo o que irão dizer ao homem para justificar o desconhecimento que têm sobre a relação com o resto do Universo e seu Creador?

Descartes, de racionalismo intransigente disse: “Penso, logo existo”. Também muitos imaginam e com isso afirmam estar na posse de tudo quanto fundamenta a existência do homem só porque pensa. Falta-lhe uma outra causa que origine outro efeito, pois o modo como pensa, raramente o conduz à realização de vontades nobres e elevadas, logo, por interesse negam a presença de sinais do Universo imprescindíveis ao homem no trajeto ascendente. Para executar, pensa. Contudo depende do pensamento e do valor do atributo que lhe notifica a vontade: Obedecer à vontade do Pai como lhes competia. Mas não foi assim. Vieram a obedecer à exigente reforma de um estado que em vez de cultivar o amor, a misericórdia e o perdão, cultivaram a autoridade e o orgulho.


Na força do pensamento está a brevidade do resultado no concreto: ou seja, antes de realizar no concreto realizou no pensamento. Acautelar o que se realiza no pensamento para que a realização no concreto seja o Bem. A Verdade deveria residir sempre na mente do homem e nas instituições dos homens e assim produziria no concreto a realização de valores para um mundo diferente e oposto aquele que foi realizado com as injustiças, com ódios, com adulterações e falsas promessas. Mesmo a forma como foi usada a palavra em nome de Deus atemorizou, conquistou poderes, mobilizou prosélitos e ocultou o Pai Creador da visão do homem crente.

A convocação do homem para o futuro da vida na Terra deverá encaminhar-se para a produção de condições que elejam alegria no quotidiano da humanidade e com ela contribuam para que haja pensamentos bem-nascidos e esses mesmos se ocupem e se inspirem com os perfumes, as figuras, as cores e a geometria de tudo creado na natureza pelo Pai Creador que ao homem gratuitamente ofereceu. Consciencializado, o homem possa examinar o resultado de uma aliança por ele próprio inspirada, assim, estará a dar grande contributo para as desejadas alterações a este mundo carente. O planeta está a exigir ao homem através das visíveis manifestações de desconforto a luta pela retidão. O mundo e a sua natureza se tornaram hostil e se rebela contra tudo involuntariamente, mas pertinente à opressão mental que todo o corporativismo tem vindo a exercer impiedosamente sobre ela e sobre os valores humanos.


Ao humano apenas lhe falta a vontade, pois nele já existe a qualidade. O homem não sabe ou então esqueceu que em toda a matéria existe uma força actuante, o Espírito da Verdade, por cuja ação a matéria se torna domicílio de vida eterna. 

Antão (gnóstico), 02-11-2012