domingo, 19 de setembro de 2010

A realização do Reino na ambiência Crística do 3.º milénio

A preparação do ambiente Crístico mental para este terceiro milénio aguarda o tributo de amor e de paciência dos trabalhadores do Reino, para com os transviados que estão entre nós. O conhecimento da consciência Crística individual não se adquire dum instante para o outro e só será revelado no tempo certo, se cada um trabalhar o satisfatório para o adquirir. Contudo, poderemos indagar no nosso interior as causas de algumas derrotas naquilo que pouco sabiamente diligenciamos fazer.

No mundo, muitos escalam a sua montanha interior em busca de um conhecimento mais vasto de fazer a vontade do Pai e ao mesmo tempo pedir-lhe que enriqueça o talento em sabedoria para a realização mais efectiva da Sua vontade e não deixar de manter a fé que alimente o pensamento humano e o mantenha firme nesse propósito.


Em vez disso, numerosas pessoas cedem à tentação de cair nas velhas e más tendências de eles próprios se legitimarem em ir ao encontro do Reino pelo caminho das suas preferências e dúbias convicções - como se ele fosse o reino material e temporal que o humano teima em apreciar, apegando-nos a esses conceitos erróneos a propósito das declarações reiteradas de que esse Reino não é deste mundo.

Sempre houve quem alimentou o desejo egoístico de favoritismos terrestres por fazer parte de uma religião; seja ela a de Jesus, de Buda, de Krishna ou de Maomé, e que tem dado enormíssimas discussões, entre os respectivos líderes e mandatários, sobre quem será o maior ou quem terá mais direitos no Reino do céu; um reino que não existe do modo como eles insistem em conceber, nem existirá jamais.

Aquele que declarou a mensagem, que pelo seu conteúdo e saber, jamais veio a este mundo antes Dele, e tendo utilizado todos os meios para contrariar a tendência na edificação de uma religião em seu nome, Ele disse:

"Quem quiser ser o maior na Reino da irmandade espiritual do meu Pai deve tornar-se pequeno aos seus próprios olhos e assim converter-se no servidor dos seus irmãos".

E mais acrescentou: "Se algum homem quiser seguir-me, que se esqueça dele próprio, que assuma as suas responsabilidades diariamente e me siga. Pois todo aquele que quiser salvar a sua vida com egocentrismo, perdê-la-á, mas todo aquele que perder a sua vida por minha causa e por causa das realidades espirituais do Reino, salvá-la-á. De que vale a um homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua própria alma? O que pode um homem dar em troca da vida eterna?

Não vos envergonheis de mim e da minha mensagem ante as gerações pecadoras e hipócritas, do mesmo modo que Eu não terei vergonha em vos reconhecer diante do Pai na presença de todas as hostes celestes. Todavia, muitos, dentre os que agora estão diante de mim, não partirão da missão na Terra, antes de verem esse Reino de Deus chegar com poder a este mundo".

A grandeza espiritual consiste em construir um amor complacente, que é semelhante ao amor de Deus. E não usufruir da prática do poder material para a exaltação do ego. São essas as tentativas em que falhamos completamente, num propósito sem transparência quando:


O motivo não é divino;


O ideal não é espiritual;


A ambição não é altruísta;


O procedimento não se baseia no amor;


A meta que se pretendia atingir não era a vontade do Pai.


Quanto tempo demorará até aprender que não se pode alterar a direcção estabelecida pelos fenómenos naturais, a não ser quando isso estiver de acordo com a vontade do Pai. Portanto, não poderemos realizar obras espirituais sem alcançar o poder espiritual.


Não podemos efectivar nenhuma dessas coisas, mesmo quando as possibilidades estiverem presentes, sem a existência de vários factores humanos essenciais, entre os quais, tornar viva e convicta a informação recebida e a experiência pessoal assente no acreditar antes de ver: Ter Fé.


Porque razão haverá de ter sempre a manifestação material excessiva como atraimento para as realidades espirituais do Reino?



Poderemos nós compreender o sentido espiritual da missão do Filho do Homem, sem que haja exibição visível de obras invulgares?


Quando afinal, seremos confiáveis para aderir às realidades mais elevadas e espirituais do Reino, independentemente das aparências externas de variadas manifestações materiais visíveis?


Muitos estão afastados entre a fé e as dúvidas, possuídos pelo medo dos infernos e perturbados pela altivez de quem está persuadido da sua intitulação. Porém estão longe de alcançar a luz e experimentar somente as transformações da mente e do espírito, durante esta vida, de tal modo grandiosas que são comparáveis às extraordinárias mudanças que a realidade espiritual do Reino já fez no coração daqueles para quem a porta se abriu.


O Pai certamente que abriu a porta do reino para que entrem todos os que sinceramente façam a sua vontade, e nenhum homem poderoso, nem nenhuma religião dos homens podem fechar essa porta, nem mesmo para a alma mais simples, nem mesmo para aquele que for supostamente o maior pecador da Terra, se esse pecador diligenciar entrar na porta que lhe foi aberta e o faça com sinceridade.


Há mais alegria no céu por causa de uma alma transviada que se arrepende, do que por causa de noventa e nove que não carecem de arrependimento. E mesmo assim, não é da vontade do Pai no céu que nenhuma dessas pequenas almas se perca, e muito menos que elas pereçam.



No linguajar das religiões, Deus pode receber os pecadores arrependidos; nas realidades espirituais do Reino, o Pai vai ao encontro deles, antes de eles pensarem seriamente em se arrependerem.


Se existir uma linguagem verdadeira entre o filho e o Pai, o filho pode estar ciente do progredir continuamente na direcção do Pai e dos seus atributos, o filho pode inicialmente ser lento na sua evolução, mesmo assim essa evolução não deixará de ser perseverante. O mais importante não é a celeridade do aperfeiçoamento, mas a sua solidez.



A realização espiritual revelada actualmente nos filhos criados por Deus, não é tão importante como é o caminho percorrido no progresso de cada um quando a direcção é o Pai Infinito. A transformação realizável, dia a dia, é de uma importância infinitamente maior do que a dimensão espiritual adquirida até hoje por cada um.



Antão/ Tear