quinta-feira, 13 de outubro de 2011

A Verdade desenvolvida em excesso não traz benefício e é antagónico à falsidade

Ele revelou sem grande brado: “Eu sou a esperança dos que conhecem a verdade viva”.

Essa verdade não pode ser definida por palavras, somente vivendo a verdade avistarão que ela tem sido sempre maior do que o conhecimento. O conhecimento é concernente ao facto testemunhado. A verdade transcende os níveis puramente materiais, no sentido em que ela se harmoniza com o saber e abrange coisas indefiníveis, assim como é indefinível a experiência originada no invólucro humano. O conhecimento lida com os factos; a sabedoria com as relações; a verdade com os valores da realidade.


“O que é a verdade?” Com o passar dos tempos se repete a mesma pergunta em nós próprios. Actualmente é provável concluirmos que afinal a verdade é bela e simples e quando explicada em excesso não traz grandes benefícios pela dificuldade em o entender e por conveniências muitos a falsificam. O Pai decidiu dar liberdade a todos os seus filhos para acreditar no que quiser se puder. No caminho para o Pai Criador, de todo o Seu rebanho, foram colocados redis que encurralam o seu avanço e o impede ver para além e crê ser esse o limite.


Pecadoras as chamarão e com desprezo tratarão as ovelhas que saltarem a cercada do redil com a finalidade de se libertar da opressão de um pérfido pastor, quando tenta encontrar a verdade sem limite e não estar limitada.


O derrube progressivo dos velhos sistemas e ideologias reinantes até ao século XX e no início do Século XXI não é senão um claro sinal de que o terceiro milénio se iniciará diferente em todos os aspetos e também em maior sentido da verdade. A crise que atravessamos e que os doutos não irão controlar nem tão-pouco entendem as causas do fenómeno e estas não são mais do que a transição de um tempo marcado pelo materialismo para outro de carácter imaterial. Cada um tem ideias muito proveitosas e com elas confundem o bem e o mal, o certo e o errado. O mal tem gerado a maior notícia e o indigno está entre as primeiras preferências em variados programas com formatos ao gosto de cada um o assumem com sorriso descabido. O mal está no domínio de armadilhas contra os desprevenidos; contamina a fraternidade e acentua as diferenças sociais e económicas em nome da igualdade e de direitos humanos.


Também com capa de divino se comercializa a consciência. Há vendilhões de poções para atingir o céu, mesmo na iniquidade e na preguiça, consumindo as águas santas, de diamante e contra o medo, assim como mixórdias de elixires contra todos os males. Vendem-se “exorcismos a pessoas, casas e comércio”. As “universidades”, criadas pelo analfabetismo holístico, vendem aldrabices e também se vendem iniciações e cursos, muitos são obtidos em troca de uma quantia em dinheiro e em alguns casos graciosamente, para o próprio sustento de vaidades caprichosas. Os Astrólogos vendem serviços aos investidores da bolsa, a artistas de palco sem talento, para obter fama e riqueza e, a políticos com ambições ao poder. A existência maligna está a arrastar a humanidade, encarada de progressiva, para uma inexplicável crise em todos os sectores da sociedade, e em grande relevo a crise espiritual. Hoje o pendor do linguajar religioso, dissimulado em fé e altruísmo, é um pretexto para adquirir mais dinheiro ou outros bens materiais, sem olhar a meios e com falta de respeito por tudo que tenha a feição da divindade.


Congregando toda a causa fico ciente de Deus-Mãe e Deus-Pai. Confesso o fogo intenso em conter ambos na unificação do meu espírito e esta consciência me agita em desalento, pelos actos inexplicáveis das negociações praticadas em nome da Deidade, sem as compreender. Ainda lembro quando era criança, assistir na capelinha da aldeia a paga das promessas a Nossa Senhora das Neves pelas graças concedidas às pessoas do povo. Nossa Senhora, calculo que seja a Mãe terrena de Jesus, cuja figura em imagem, esteja ela na Basílica de Fátima ou na humilde Capelinha da Aldeia é rigorosamente a mesma. Nesse tempo, que já é distante, a gente na povoação recebia as graças da Senhora residente na capela e se agora as graças não lhes são concedidas é porque não confiam na Senhora das Neves e sim na Senhora de Fátima. Sendo essa a razão, compreenderia o motivo de os meus conterrâneos, quase sempre os mesmos, irem a pé anualmente a Fátima pagar as suas promessas e deixar os correspondentes donativos, porém não é assim.



Quando puder irei entrar na capela e falarei com a Senhora das Neves, se conseguir que me ouça irei dizer-lhe que a procissão religiosa, que lhe fazem todos os anos não é por agradecimento; não passa de uma atitude de fingimento da parte dos meus conterrâneos e ao mesmo tempo de ingratidão. Esqueceram ou nunca os ensinaram que a Divindade é Omnisciente e Omnipresente e é tanto verdadeiro na Aldeia como em Fátima e se não tiver esses atributos, então não há Divindade, quer num lado quer no outro. Se o reparo não se aplicar unicamente à gente da aldeia, eles que se defendam com os demais responsáveis. O Pai Criador certamente não irá confiar nas pessoas com semelhantes atitudes; a ingratidão do devoto para com a Deidade. Há dois mil anos em Jerusalém, para nosso entristecimento também aconteceu desmedida ingratidão e, ainda que de outro modo não é bom que se repita em outros tempos. É o tempo de por fim ao inimigo da verdade.


Através das pessoas que me rodeiam vejo o mundo. Observo como é difícil levarem com empenho o conhecimento que lhe é dado e nem sempre o bem tratam. Para uns é recreação; outros preferem usar o conhecimento mais nas afirmações pessoais, menos para se reconstruírem seriamente através dele. Outros se fortificam e se realizam na verdade sem grande alarido. É de todo conveniente empregar a discrição que é exigida a um discípulo que pretenda servir com discernimento uma causa onde cresça a verdade. Numa retorta de laboratório podem produzir-se reações químicas prejudiciais e nem sempre o equipamento resiste à destruição. Não percebem os laboratórios alquímicos humanos que poderá suceder-lhe a mesma coisa e inconscientes se vão autodestruindo numa inflamação que também poderá incendiar outros que estejam próximo se não estiverem protegidos. No caminho místico que tenho percorrido não sou perfeito e as falhas obviamente acontecem, nunca foi minha intenção enganar alguém embora tenha sido muitas vezes atraiçoado pela falta de jeito em tratar as coisas. Passados os anos dedico-me ao trabalho de ligação e com ele cooperar na construção do Reino do Pai Criador e não desejo ser circundado por instilações de baixezas mentais, invejas e desejos de protagonismo reforçado de narcisismo, porque desejo que todos cresçam em vitalidade na Alma e assumam a realização pessoal para a residência do espírito e se confinem à sua própria experiência.

Quando o Pai Criador iniciou o trabalho (dito público) aos 33 anos de idade, o seu conhecimento da humanidade e dos acontecimentos a ela ligada esteve inteiramente limitado à sua própria experiência. O seu grande exemplo enquanto homem, foi que adquiriu conhecimento e experiência e os ajustou com o saber, exactamente como nós mortais devemos fazer. Apesar da sua grandeza, o Pai Criador não se apoiou em nenhum poder sobrenatural. Ele foi um Homem entre os homens. Nessa experiência ele se tornou um soberano misericordioso e compreensivo para com todos os seus filhos em todo o Seu Universo: Ele foi o princípio e será o fim; foi o primeiro e será o último. Essa origem levou quando pregado na cruz à exclamação: “Pai!.. dá-me de novo o lugar que Eu tinha muito antes de este mundo ter sido criado”. Esta majestade de noção transcendente é o exceder o homem na dádiva para nosso conhecimento e com ele chegar a conclusões extraordinárias sobre Aquele que viveu entre nós.


Na Terra Ele assumiu o homem mortal nascido de mulher. Ele próprio usou o título de Filho do Homem. O Pai Criador – Monada do Pai do Paraíso fez-se carne e habitou como homem neste reino do planeta Terra. Ele foi operário e escriba, empenhou-se até à fadiga, descansou e dormiu. Teve sede e fome, mitigou a fome e saciou a sede e de sua mão deu aos que tinham sede e fome no corpo e na alma. Experimentou todas as emoções e sentimentos humanos e foi sujeito a provas em todas as coisas do mesmo modo que nós e por fim aceitou o sofrimento e morreu. Também deu exemplo a todas as humanidades do Seu Universo o ideal da arte edificante, da mobilização suprema, no caminho para os objetivos da sua imensa criação. Realizou a experiência na encarnação mortal e demonstrou na sua curta vida, de forma nunca antes vista em todo este Universo, as possibilidades transcendentes daquilo que pode ser atingido por um ser humano conhecedor de Deus.


Deu uma interpretação nova e iluminadora do homem e das adversidades da vida planetária, não só para o homem da Terra, mas para todas as inteligências supra-humanas residentes no Universo/Galáxia para todo o sempre. Nas relações que teve com a ordem social estabelecida, ele conduziu os seus esforços à regeneração espiritual e à libertação intelectual e ao mesmo tempo evitou entrelaçamento com estruturas económicas e políticas, porém, se devotou e viveu a vida religiosa ideal para a Terra. Igualmente no menor detalhe e circunstância não interferiu na ordem da evolução progressiva e normal das raças da Terra. Contudo nada limitou os seus esforços para deixar um sistema duradouro e melhorado de ética religiosa positiva, essa efectuação poderia ter permitido um desenvolvimento espiritual religioso a todos os povos deste mundo. Identificou-se com movimentos espirituais e religiosos daquela época da forma que os encontrou, todavia, evitou o estabelecimento formal de um culto organizado, de uma religião cristalizada e de grupos éticos segregadores de seres mortais.

A Sua vida e os ensinamentos os destinaram à transformação e herança comum de todas as religiões e de todos os povos. Não contribuiu para a criação de sistemas religiosos conservadores e repetitivos de crenças na Terra, nem de outros tipos de lealdades religiosas que não pudessem progredir. Para evitar idolatrias e guerras possessivas, também não deixou documentos escritos em material perdurável. Ele também transmitiu a todos os que o seguiram o propósito de evitarem a criação de imagens ou outras figuras que o representasse. Embora vivendo uma vida normal, como indivíduo do sexo masculino não teve relações maritais, embora fossem inteiramente dignificantes e consistentes com a sua opção de viver na Terra como um mortal, porém sabia que os representantes da “Capital do Paraíso” que regem as encarnações proíbem que os Filhos primogénitos do Pai do Paraíso deixem qualquer descendência humana em qualquer planeta onde desempenharem a sua missão.


O Ajustador interno do pensamento vem residir nas mentes e trabalhar pela espiritualização definitiva de tais mentes e pelo garante da sobrevivência eterna das almas que alcançaram a imortalidade na unificação de uma trindade constituída pela Alma do Pai Criador e espírito do Pai do Paraíso, (o feminino) e seguidamente do Pai Infinito (o masculino).



O Pai Criador também nos informou: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”.



Antão 7-10-2011