segunda-feira, 31 de maio de 2010

Os entraves na realização do Reino que ELE anunciou

As religiões devem munir-se de regras novas, que não sejam apenas retórica e desmedidas ostentações para dissimular misérias morais. Sejam sobretudo o exemplo da verdade e da humildade, que são o caminho para Deus. Alvitramos que estarão mais habilitados com a prática do neofarisaico.

O Filho do Homem disse que o seu Reino fundava-se com amor, proclamava-se com misericórdia e implementava-se com o serviço ao próximo onde a conveniência e o proveito não estivessem acima do serviço com verdade.

O Soberano Supremo, Criador desta galáxia, intitulou-se na Terra como "Filho do Homem" e disse-nos: "Quem me vê a mim vê o Pai - Eu e o Pai somos Um". Fez também apelo a uma realização espiritual, cuja obra só poderá ser executada unicamente com o trabalho interior em si mesmo, sem necessidade de recorrer-mos a quem se arrogue com procuração de Deus.

Ele também disse: "Sejam perfeitos como o Pai do céu é perfeito". Ele tinha realizado e manifestado a personalidade do Filho Eterno (Deus) aos filhos terrenos. Isto prova que as Três Pessoas da Trindade possuem uma personalidade e estabeleceu para sempre a questão da capacidade de Deus em se comunicar com os seus filhos. Não só os que habitam este mundo, mas de todos os mundos habitados.

É incontestável, portanto, que a grandeza dos seus ensinamento sejam a maior Mensagem vinda de Deus para a humanidade. A sua atitude foi de grande fidelidade, foi afectuoso e delicado. Não poderá existir na Terra, por muito sábio que seja e não conheço nenhum, alguém como Ele.

Infelizmente ouvem-se impostores que se arrogam à semelhança dele e há mesmo quem se afirme a sua encarnação. Tenho a certeza que se a sua atitude, naquele tempo, fosse a de um simples humano, como muitos que para se equipararem pretendem afirmar, como seria possível ter vivido de uma forma correcta sob circunstâncias tão difíceis no seu tempo como foi em particular a perseguição dos procuradores do judaísmo.

Quase afirmava: se este tempo o visse homem sábio tal como Ele foi há 2 mil anos, ao lado dos simples e humildes e com afirmações similares, ele seria novamente perseguido e assassinado com cobardice em nome dos interesses. Os que hoje são tão idênticos aos que foram aludidos nesse tempo: "porque colocou em causa as leis sagradas judaicas". Os verdugos da actualidade teriam vários rostos: o dos hipócritas saudosistas, dos dogmáticos, dos fanáticos religiosos e dos vastos poderes instituídos.

Dizem: Ele foi crucificado para pagar os pecados dos homens. Ele continua crucificado! Não pagou ainda a dívida dos homens e Deus mantém-no ainda em suplício? Estará Ele ainda a pagar os pecados dos que obstinadamente teimam em mantê-lo pregado na cruz? Eu, na qualidade de seu filho sentir-me-ia mais alegre, se a sua imagem não fosse de calvário. Todavia, no meu coração Ele está alegre.

A simplicidade do carácter e a perfeição do controle emocional do Filho do Homem, não nos deixam dúvidas que Ele era uma combinação de humano e de Divino, impossível para tanta imitação actualmente espalhada pelo mundo. Aqueles cuja religião, esteve agendada ao longo de séculos, estão ainda hoje muito distantes de reconhecerem, não a sua vida, mas os motivos porque Ele a viveu: a Sua autêntica e universal Mensagem.

Mesmo aqueles cuja tradição religiosa se baseia em Jesus, e o mais sapiente iluminismo da actualidade sobre o conceito de Deus e os denominados evangelhos, têm uma diferença profunda com o vasto conhecimento e o exemplo que Ele nos legou.

O que observo, se alguma interpretação tivesse que fazer, diria que é um "baile de máscaras" em que muitos fazem algumas penitências para espiritualmente insinuarem o que não são: autênticos filhos de Deus.

O Filho do Homem soube comunicar e fazer correcções à excessiva ignorância acerca dos seus ensinamentos. Nos vários ângulos que me é permitido o acesso a essa mensagem, fico estupefacto com o seu extraordinário conteúdo.

Antão (resumo de uma palestra dada na "Casa do Tear", no dia 14/05/2010)

Conselhos que ajudarão a implementarem o Reino que ELE anunciou

"A perniciosidade consciente e persistente, dentro do coração do homem, destrói gradualmente o vínculo, urdido pela ligação da alma humana com os circuitos espirituais de comunicação entre o homem e o seu Criador. Naturalmente que Deus ouve os pedidos dos seus filhos mas, quando o coração humano, deliberadamente e com persistência, dá abrigo a maus conceitos, injustiças, desigualdade e perversidade, isso leva gradualmente à perda da comunhão pessoal entre o filho na Terra e o Pai no céu".


"O discurso que se oponha às Leis do Universo é uma repulsão contra as Divindades do Paraíso.

Se o homem não ouve Deus e os seus colaboradores quando eles falam à sua criação por intermédio das leis do espírito, da mente e da matéria, o próprio acto de desdém deliberado e consciente da parte das criaturas faz com que os ouvidos das personalidades espirituais deixem de ouvir os pedidos pessoais desses mortais desobedientes e à revelia da lei".


Quando o Mestre ensinava os Apóstolos, falou da atitude do povo para com o profeta Zacarias. "Eles recusam-se a ver, encolheram os ombros e fecharam os ouvidos às palavras. Endureceram como pedra os seus corações, para não terem que ouvir a minha lei e as palavras que enviei através do meu espírito, por intermédio dos profetas; e portanto o resultado dos seus maus pensamentos cairá com grande fúria sobre as suas cabeças culpadas. E aconteceu que, quando eles gritaram por misericórdia, não havia ouvidos abertos para os escutar".


Cumpriu-se assim a lei de causa e efeito. Então, citou também o provérbio do homem sábio que disse: "Aquele que ensurdece os seus ouvidos para não escutar a Lei Divina, até mesmo a sua prece não terá condição para ser ouvida."O canal de comunicação, activo entre Deus e o homem, disponibiliza imediatamente o fluxo sempre constante da doação divina.


Aquilo que o verdadeiro filho deseja é que ao fazer o seu pedido, seja feita a vontade do Pai Infinito. Uma prece desse modo não vai ficar sem resposta e possivelmente nenhum outro pedido poderá ser atendido cabalmente, sem o apelo convicto, na certeza do filho de Deus, que movimente a bondade, verdade e misericórdia do Pai. Essa oferta espera, perseverantemente, pela aproximação do filho, para que ele se aproprie pessoalmente dele. A prece não muda a atitude divina para com o homem, mas muda a atitude do homem para com o imutável Pai.


O que dá o direito de acesso ao ouvido Divino é o fundamento do pedido e não a posição social, económica e religiosa daquele que pede. A solicitação não pode ir para lá das suas limitações, no encurtar das cadências do tempo, nem para ultrapassar as limitações do espaço. A condição humana limita o seu estado no Universo. A prece não é propriamente a aplicação de uma prática destinada à glorificação do ego, nem deve ter a intenção de conseguir vantagens injustas sobre o seu semelhante. Uma alma de índole egoísta é incapaz de fazer uma prece, no verdadeiro sentido da palavra, para o bem do próximo.

"Que o vosso prazer supremo exista, segundo o carácter de Deus e Ele certamente vos concederá os desejos sinceros do vosso coração. Empenhai o vosso caminho na direcção do Pai, confiai Nele e Ele agirá. Pois Ele ouve o apelo do necessitado e considerará a prece dos desamparados. Eu vim do Pai e se vós alguma vez estiverdes sem saber o que pedir, através de mim fazei o vosso pedido e Eu o apresentarei de acordo com as vossas reais necessidades e desejos e de acordo com a vontade do meu Pai."


Protegei-vos contra o grande perigo de vos tornardes egocêntricos nas vossas preces. Evitai fazer pedidos excessivos para vós próprios; pedi mais para o progresso espiritual dos vossos semelhantes. Evitai o pedido para obterdes bens materiais, elevai o espírito para abundância dos bens do espírito.

Quando pedirdes pelos doentes e aflitos não o fazeis de modo a vos colocardes em lugar de destaque para que todos observem as vossas orações, sede discretos, simples e humildes para que possais fazer ouvir o vosso pedido para as necessidades desses que estiverem em aflição. Pedi pelo bem-estar das vossas famílias, dos amigos e dos estranhos, mas pedi especialmente, com amor, por aqueles que vos odeiam e por aqueles que vos agridem. O momento de pedir cada um o sentirá.

Quando o espírito residir em vós, só ele poderá levar-vos a formular as preces que expressem as vossas relações internas com o Criador do vosso espírito.

Muitos recorrem ao pedido Divino apenas quando estão em dificuldades, essa prática é imprudente e enganosa. Fazeis bem em falar com Deus quando estiverdes atormentados, mas deveis também lembrar-vos de falar ao Pai, enquanto filhos, mesmo quando tudo vai bem dentro da vossa alma. Que o vosso pedido pelos outros seja sempre feito em silêncio para que os homens não ouçam. As orações, rezas e outros tipos de exteriorizações a Deus são adaptadas pelos grupos de adoradores. Todavia o contacto com a Divindade é um acto íntimo e no silêncio.


Há uma oração única que é apropriada a todos os filhos de Deus: antes de tudo, seja feita a Vossa vontade.


Quando o homem ouve o espírito de Deus falar dentro do seu próprio coração, intimamente unido a essa experiência está o facto de que Deus simultaneamente ouve a invocação desse homem.

O próprio perdão actua desse modo. "O Pai já vos perdoou antes mesmo de terdes pensado em pedir-lhe perdão, mas esse perdão só terá efeito, na vossa experiência pessoal, no momento em que perdoardes aos vossos semelhantes. O perdão de Deus não está, por esse facto, condicionado ao perdão que dais aos vossos semelhantes, mas é condicionado precisamente assim para efeitos pedagógicos na experiência da alma".

E por conseguinte, a simultaneidade entre o perdão divino e humano foi, desse modo, reconhecido e incluído na oração que o Mestre nos ensinou: "Perdoai-nos Pai, assim como nós perdoamos.." A lei primordial da rectidão no Universo, da qual a misericórdia infinita é impotente para a evitar.


Não é possível a uma criatura totalmente egoísta dos reinos do tempo e do espaço, receber as dádivas vindas do Paraíso. Nem mesmo o amor infinito de Deus pode forçar qualquer criatura mortal, na posse do livre arbítrio e garantir-lhe a salvação e a sua própria eternidade, se a sua escolha for a falência do Amor que lhe daria a vida eterna. A misericórdia é concedida com uma vasta amplitude, no entanto há mandatos de justiça na lei de causa e efeito que, nem o Amor, articulado com a misericórdia, pode efectivamente absolver.

Novamente o Filho do Homem citou as escrituras: "Eu clamei e vós vos recusastes a ouvir. Eu estendi a minha mão, mas nenhum homem estava atento. Vós reduzistes a nada todos os meus conselhos e rejeitastes a Minha discordância e, por causa dessa atitude rebelde, torna-se inevitável que ao chamarem por mim não recebam resposta. Tendo rejeitado o caminho da vida que vos ofereço, vós podeis procurar por mim com toda a diligência nos vossos momentos de sofrimento, mas não ireis encontrar-Me".


"Aqueles que querem receber misericórdia devem demonstrar ter misericórdia, não julgueis para não serdes julgados. Com o mesmo espírito com que julgardes, sereis julgados".


A misericórdia não anula totalmente a justiça do Universo. Porquanto cada um será obrigado a colher o produto da sua própria sementeira. A verdade ficará mais tarde comprovada a quem sempre fechou os ouvidos ao grito do pobre. Na vida seguinte, também algum dia clamará por ajuda e ninguém o ouvirá.


Qualquer pedido acompanhado de sinceridade é ter a certeza de que será ouvido; a sabedoria espiritual e a coerência universal aliada a qualquer pedido determinam o tempo, o modo e o grau da resposta. Um Pai sábio não responde de imediato aos pedidos disparatados dos seus filhos ignorantes e inexperientes, não obstante, como crianças, possam sentir um grande prazer e satisfação na alma, ao fazerem pedidos desatinados.

Quando vos tornardes inteiramente dedicados a fazer a vontade do Pai do céu, a resposta a todos os vossos pedidos será concedida porque as vossas preces estarão de inteiro acordo com a Sua vontade, e a vontade do Pai manifesta-se sempre em todo o seu vasto Universo.

Todos os que acreditarem na minha promessa devem trabalhar sinceramente para a implementação na Terra do Reino do céu. Tirai as coisas boas do vosso coração, trabalhai com a rectidão do espírito e afastai-vos da falsidade. Tende cuidado com o mau pensamento e com o que dizeis, isso é que vos pode causar danos. A língua humana é um órgão que poucos conseguem dominar, mas o espírito interior pode transformar esse órgão, quando desregrado, em voz suave e tolerante numa criatura inspirada pela misericórdia.

A conversa com Deus é um factor na expansão da capacidade, que se adquire, para receber a presença do espírito Divino. O sábio não desponta pelo conhecimento intelectual e aptidões especiais, mas por meio da informação do espírito actuante, que se torna viva no espírito residente em cada um.

O Mestre preveniu os seus seguidores contra a ideia de que as suas preces teriam maior eficiência se fossem feitas amiúde, requintadas e de estruturação erudita, o jejum, a penitência ou os sacrifícios. Exortou-os a empregarem a prece como meio de serem conduzidos, pela gratidão, à verdadeira veneração ao Pai do céu. Lamentando que tão pouca gratidão, na dádiva do espírito, estivesse presente nas suas preces.

Também os aconselhou que nas suas conversas com o Pai, deveriam permanecer durante alguns momentos em atitude de receptividade e em silêncio, para dar ao espírito residente, uma melhor oportunidade para ele falar à alma se ela estiver atenta. O espírito actuante do Pai tem melhor contacto com a mente humana, quando está em atitude de verdadeira adoração.


Nós adoramos a Deus, graças à ajuda do espírito residente e à iluminação da mente humana, por meio da sugestão da verdade. A adoração tal como a ensinou o Mestre, faz o adorador cada vez mais semelhante ao Ser adorado. A adoração é uma experiência de transformação, por meio da qual o finito se aproxima, progressivamente, até alcançar o Infinito.

Antão (resumo de uma palestra dada na "Casa do Tear", no dia 28/05/2010)