quarta-feira, 16 de março de 2011

Conseguiremos viver por mais tempo com promessas que foram deceções?

Haverá escolha que ilumine o homem à paz permanente? A humanidade precisa concretamente de realizar e viver a paz. A “paz eterna” é sinónima de sepultura; depois da morte não é domínio dos homens.

A concórdia é impraticável enquanto ocorrer a influência continuada da besta-humana, fazendo justificar aspectos morais dentro da própria imoralidade. Exemplifico. Não duvidamos que são adúlteros, corruptos e perversos; o preferível é deixá-los, assim não suportamos outros pior que eles!

Houve ocorrências purificadoras localizadas, quando a devassidão começou a imperar em Sodoma, Gomorra, Babilónia e Roma. A ordem mentora do universo sabia que isso indicava o fim de uma civilização, evitando que se propagasse por toda a humanidade da Terra.

Para afastar o risco de propagação, o fogo purificador, foi o tratamento de maior eficácia, antecipou-se em auxílio no ambiente lodacento em que as multidões indomesticáveis se manobraram, resultando em rectificação penosa para com as almas também elas indomadas ou bestificadas.

Atualmente, o ambiente resvaladio da humanidade tem origem no joio-global incontrolável. Conspiração oculta a atuar nos seus filiados sem que estes o antevejam e consciencializem. E isto nos interroga: que género terá o fogo purificador que vem proteger esta civilização? Desta fazem parte os cientes filhos criados por Deus, convictos do que isso significa.

No extenso do tempo os mais conscientes entre os filhos criados por Deus, incessantemente se esforçaram para desenvolver a paz na Terra e vivê-la. Em vão. As guerras, tendo o apoio de quem pregava a paz e o amor, seriam inconcebíveis dentro da atual imagem, todavia o conflito sempre atulhou o espaço e o pensamento nos impérios de alguns.

Os culpados pelo fracasso da paz, originários de vários quadrantes de poder estarão, ignominiosamente, a curto tempo sentados diante do Sentenciador da Verdade. “Causa-efeito” é a Lei que submeterá os responsáveis pelos crimes, mesmo os antigos, cometidos contra os filhos criados por Deus.

A humanidade na sua sequência nasce e morre e nunca conheceu a concórdia que um Personagem misterioso e sábio, aparecido na Terra há 2016 anos, fomentou e outorgou, e nenhum glorificado bradando paz foi reconhecido por carência de retitude. Cidadãos do mundo, nós incluídos, querem construir a fraternidade e a paz. A que os perjuros proclamaram e alimentaram no consciente colectivo foi uma fraude que terá o fim juntamente com eles.

O Amor é gerado na Unidade da qual a humanidade é fração, o amor em nossa medida é igualmente fração e poderá exteriorizar-se em incontáveis faces e, se o depositário desse amor quiser, sendo verdadeiro nas suas exteriorizações, contribuirá para a edificação de humanidade mais fraternal.

O momento atual da humanidade pressente que a lei no Universo irá exigir uma condição social mais equilibrada. Nesta circunstância surgirá uma nova ordem, mais equitativa e justa. A humildade irá ser forçosamente a vencedora. Nos sinais dos tempos se confirma as dificuldades impostas ao homem nessa ascensão para a humildade. Nessa passada se reencontrará Deus, do qual o homem tem estado distante e de costas voltado, porque as maiorias somente se alimentam da sobranceria e de autoridade.

Antão

quinta-feira, 3 de março de 2011

Os impulsos da vida humana

Está a torna-se cada vez mais difícil amparar o talento de viver o dia-a-dia na medida em que, se torna mais complexa a civilização. As mudanças rápidas, nos hábitos sociais, complicam cada vez mais as tarefas do aperfeiçoamento do carácter.

No ano de 1920 iniciou-se a grande transformação, com origem no dinamismo da lei no Universo, da causa que produz efeito, e hoje analisamos e pouco entendemos. O homem ao tornar-se mais engenhoso e inventivo, depressa aumenta as complexidades da sociedade e fatalmente orienta a vida para objetivos no imediato, logo, a arte de viver necessitará de reforma urgente em cada nova geração. A avaliação do tempo, hoje está envolvida num enigma que implica severamente as correções. Em séculos pretéritos a humanidade teria que corrigir apenas entre cinco e dez gerações.

Se o progresso na arte de viver fracassar e não se mantiver à altura do hábito da existência, a humanidade irá retroceder rapidamente à condição básica de aperto na sobrevivência – a busca do contentamento baseado nas aspirações e nos hábitos perdidos subleva o presente. E assim a sociedade estacionará imatura, a humanidade poderá fracassar no seu crescimento sociológico, mas poderá atingir a plena maturidade na alma, seguindo-se a multiplicação no espírito residente.

A maturidade é equivalente na medida em que o homem esteja resoluto a sacrificar a retribuição de desejos meramente efémeros, e não desleixar os anseios superiores na ascendência do homem cuja consecução requer esforço, sendo eles progressivamente atingidos proporcionam satisfações de maior relevância e de avanço mais progressivo, na direção de metas sólidas e infindáveis.

A autêntica indicação de maturidade social, seria a determinação que um povo possuiria em renunciar ao direito de viver normalmente a vida, embora ordeira e aceitável sob os padrões promotores das comodidades e debaixo de crenças estabelecidas e ideias convencionais, em troca do ideal, seria perturbante e fatigante, sem dúvida, para quem busca possibilidades insondadas, ao atingir novas metas de realidades espirituais.

Os que respondem pelo instinto da sua natureza ao impulso da vida são os animais, unicamente o homem pode alcançar a arte de viver, todavia, a maioria da humanidade apenas experimenta o ímpeto animal da vida. Os animais conhecem apenas a urgência, cega e instintiva, contrariamente o homem tem estrutura interna para transcender esses impulsos de proveniência animal.

O homem pode decidir-se por uma vida de elevado conhecimento, e mesmo, nos patamares da alegria divina ou no deslumbre espiritual. Os animais em nada se questionam sobre os propósitos da vida e, consequentemente, nunca se preocupam, nem cometem suicídio. O suicídio entre os humanos atesta que esses seres emergiram do estágio puramente animal da existência e concludentemente atesta o facto de que os esforços pelo progresso de tais seres humanos falharam em atingir os níveis ponderados da experiência corpórea mortal.

Os animais não conhecem o sentido da vida. O homem não só possui a capacidade de reconhecer os valores e a compreensão dos significados da vida, mas também é conhecedor do significado dos teores – é consciente de um discernimento interior.

Quando os homens ousam abandonar uma vida de desejos naturais, por uma vida de aventuras de temperamento e de lógica fortuita eles se sujeitarão a sofrer os efeitos causados nas perdas emocionais, nos conflitos, na infelicidade e incertezas, pelo menos até que chegue o tempo de atingir, progressivamente, a maturidade emocional e moral. O desalento, a preocupação e a indolência são evidências claras de grande imaturidade espiritual.

A sociedade humana confronta-se com dois obstáculos: a maturidade do indivíduo e a maturidade da raça por atingir. O ser humano amadurecido, geralmente, encara todos os outros mortais com sensação de ternura e com sentimento de tolerância, mesmo os imaturos, com o amor e a consideração com que os pais olham os filhos.

Viver com êxito é, rigorosamente, o mesmo que o talento no domínio das técnicas confiáveis para resolver problemas comuns. O primeiro passo na solução de qualquer problema é localizar o obstáculo, isolar o problema e reconhecer claramente a sua natureza e gravidade. O grande erro é que, quando os problemas da vida despertam os nossos medos profundos, nós nos recusamos a reconhecê-los.

Igualmente, quando o reconhecimento das nossas dificuldades interroga e defronta a nossa vaidade, já tão extensamente alimentada, num consentimento de inveja ou no abandono de preconceitos profundamente enraizados, o indivíduo comum prefere apegar-se às velhas ilusões de imunidade e aos falsos sentimentos de segurança, também acalentados há muito. Apenas uma criatura valente pode estar honestamente disposta a admitir e encarar, destemidamente, o que a sua mente sincera e coerente revela.

A solução sábia e efetiva de qualquer problema obriga que o pensamento esteja isento de sectarismos, de paixões e os demais condicionamentos puramente pessoais, que poderiam interferir na busca desinteressada dos factores reais que circundam o problema a ser solucionado. A solução dos problemas da vida requer coragem e sinceridade.

Apenas os indivíduos honestos e valentes são capazes de seguir com vigor, através do labirinto perturbador e confuso da vida, indo até onde a lógica de uma mente nobre e audaciosa os pode levar. Nem mesmo os métodos corretos de solução dos problemas poderão reparar os defeitos inerentes da personalidade, nem compensar a ausência de fome e sede de verdadeira retidão.

A libertação da mente e da alma não pode efetivar-se sem o poder impulsionador de um entusiasmo inteligente, que confine o zelo sagrado. A atração de um grande ideal é necessária para impulsionar o homem a perseguir um arquétipo, mesmo que esteja cerceado de problemas materiais difíceis e cheio de múltiplos riscos de entendimentos. Vivemos uma época muito confusa, não faltando agenciadores neste reinado da besta negociando mixórdia de licores com que muitos se deliciam. Nesta balbúrdia deliberada a alma e o espírito terão dificuldade em alcançar o triunfo sobre o instinto inferior da besta apocalíptica.

Para nós não há maior exemplo daquele que o Filho do Homem demonstrou, embora tenha sido 2.000 anos antes, foi Ele quem exemplificou o melhor e maior de todos os métodos na solução das dificuldades da vida e na comunhão com o Pai. Refiro-me àquilo que ele tão coerentemente praticou na vivência com todos e com grandioso saber alvitrou invalidar a prece com adoração. Neste ensinamento, o Filho do Homem afastava-se frequentemente e se isolava, para comungar com o Pai. Nessa ligação é encontrada a capacidade, não apenas para reunir as forças e a sabedoria a fim de lidar com os conflitos ordinários da vida, mas também para se apossar da energia necessária à solução dos mais altos problemas de natureza moral e espiritual.

Os costumes do Mestre impressionavam, ter de se afastar e isolar-se nessa incursão de indagações solitárias dos problemas da vida, à qual ele voluntariamente se submeteu; na busca de novas reservas de sabedoria e energia, para enfrentar as múltiplas demandas do serviço social e do Reino; de estimular e aprofundar o propósito supremo da vida, ao sujeitar a personalidade total à consciência do contacto com a divindade; de lutar por alcançar novos métodos e melhorar o ajustamento às situações sempre mutantes da existência nesta vida; de efetuar as reconstruções vitais e os reajustes nas atitudes pessoais, que são tão essenciais ao discernimento elevado, de tudo o que é real e que vale a pena; e de fazer tudo isso com olhos apenas na glória de Deus – e respirar com sinceridade na oração favorita do Mestre: “Não se faça o meu desejo, mas o Vosso seja realizado”.

Essa prática plena na adoração, feita pelo Mestre, proporciona grande serenidade que renova a mente, inspira a alma e ilumina o espírito. A coragem que capacita para enfrentar valentemente os problemas e o conhecimento que destrói o medo debilitador e a afeição consciente de união com a divindade, dotando o homem com a segurança necessária para atrever-se a ser como Deus. A serenidade na adoração e comunhão espiritual, como a praticada pelo Mestre, alivia a tensão, elimina os conflitos e aumenta poderosamente os recursos totais da personalidade. E toda essa filosofia, mais o evangelho do Reino, constitui a nova religião como eu a entendo.

O preconceito cega a alma para o reconhecimento da verdade. O preconceito pode ser removido somente pela devoção sincera da alma à adoração de uma causa que abranja e inclua plenamente todos os nossos semelhantes. O preconceito está indelevelmente vinculado ao egoísmo. O preconceito pode ser eliminado somente se a busca do ego for abandonada e substituída pela procura da satisfação pelo serviço de uma causa, que seja, não apenas maior do que o ego, mas maior até do que toda a humanidade – a busca de Deus, o alcance da divindade. Uma evidência de maturidade da personalidade consiste na transformação do desejo humano, pela procura constante da realização desses valores, que são os mais elevados e os mais divinamente reais.

Num mundo em mudança contínua, dentro de uma ordem social em evolução, torna-se impossível manter metas imutáveis e rígidas do destino. A estabilidade da personalidade somente pode ser experimentada por aqueles que descobriram e abraçaram o Deus vivo, no tempo da sua vida na carne, mas também pela capacidade de atualmente o abraçar, de um outro modo. Êxito pouco atingível entre os comuns mortais, como meta eterna de alcance infinito.

E assim, transferir a meta do tempo para a eternidade, da Terra para o Paraíso, do humano para o divino, requer que o homem se torne revivificado, convertido, que nasça de novo; e que ele se transforme na criança recriada do espírito divino, conquistando assim a entrada na irmandade do Reino do céu. Todas as filosofias e religiões que não chegarem a esses ideais são imaturas. A teosofia ligada à doutrina do Reino, ensinada e divulgada, representa a nova religião da maturidade, o ideal das gerações futuras. E isso é verdade porque o ideal do Filho Criador é definitivo, infalível, eterno, universal, absoluto e infinito.

O Pai ao dotar-nos com o poder da escolha, entre a verdade e o erro, criou o virtual negativo do caminho positivo da Luz e da vida eterna. O Pai permite que o bem e o mal andem juntos, da mesma forma que a natureza permite que o trigo e o joio cresçam juntos até ao dia da colheita. O mal é a escolha da imaturidade e dos que se opõem ao benigno, que rejeitam a perfeição e que são desleais com a verdade. O mal é a escuridão que persegue o pouco saber.

As vontades que se ocupam totalmente em arbítrios temporais, sobre as decisões materiais de natureza animal, estão condenados em não possuir o espírito residente e consequentemente serem mortos-vivos. Aqueles que, com verdade tomam decisões éticas, ao fazerem escolhas espirituais, incondicionalmente estão identificados progressivamente com o espírito divino que neles reside.

A transformação do homem mortal inicia-se pela humildade, e nesse estado estará pronto para receber todas as dádivas do Pai. A maioria da humanidade tem urgência de se destinar a uma devoção religiosa, todavia, é reprovável a tendência para o fundamentalismo que deforma a mente e limita todas as atividades na vida, estando esta num processo acelerado de decadência das suas condições existenciais, uma vez que a Terra continua isolada do circuito cósmico e a humanidade que transporta não saber da sua história no Universo.

O inverno-da-humanidade é a fase que vivemos; em que os políticos procuram os votos do eleitorado, depois esbanjam o património público e esquecem aqueles que os elegeram; a ciência emprega o maior estudo no aperfeiçoamento de armas para a destruição em massa; na religião, a esperança da ida para o céu é vendida a título de mercadoria indefinível. Estamos na época em que as árvores nocivas impingem os seus frutos. Nem era de esperar outra coisa. As árvores de bom fruto seriam destruídas ao desabrochar no inverno, porém, aguardamos pela primavera para que a beleza secreta se exteriorize no homem com toda a sua exuberância. A nossa esperança está nas precisas palavras do Filho do Homem: “Depois do inverno-da-humanidade chegará a Primavera que anunciará o Verão da Minha derradeira vinda à Terra”.

Estamos firmes na certeza que a entrada no Reino do Céu seremos nós unicamente a poder garanti-la no serviço espiritual, embora possamos ter apoio de instrutores sábios e anónimos que nos guiam. Decisivamente, um terço da humanidade estará consciente de ir edificar e cooperar em uma humanidade mais fraterna num mundo melhor. Espreita-se o momento propício na primavera-da-humanidade, aí daremos a passada fundamental e concludente, e nós despertos na análise aos projetos humanos sem futuro e reputados de infalíveis assistimos, neste tempo agitado, à sua queda inevitável e nada poderão fazer os seus promotores. Nesta esperança esperamos o momento certo para agir. Nela terão lugar as opções que não se sobreponham à verdade e à vontade do Pai.

Antão