sexta-feira, 25 de maio de 2012

Profanar a Verdade dobra o homem a um princípio refeito de um outro princípio iniciado há 2016 anos


O que provoca na generalidade a maior observação dentro da sociedade e das irmandades de presumida pureza são as atitudes dos outros, e por muito honestas que possam ser, quase sempre são rotuladas de forma pejorativa quando alimentadas pela rivalidade e pela cobiça. Todos estão atentos aos caminhos que outros pisam dando grande relevo ao que os olhos vêm e ouvidos ouvem, todavia o pensamento desses observadores e juízes dos outros, poderá criar intentos muito mais graves e isso não os apoquenta pois agem às ocultas. “Veem o cisco nos olhos dos outros mas não veem a tranca no seu próprio olho”. A falsa moralidade não reside naqueles que pouca importância dão aos atos por vezes simples e irrefletidos, reside sobretudo naqueles que vestindo de hipocrisia impuseram moralidade para disfarce da sua própria imoralidade. Este modelo é o Estado do Cultismo no mundo.

O Pai do Paraíso não olha aos defeitos dos seus filhos, está sempre pronto a perdoar e a conceder a regeneração dando prioridade ao Homem, todavia o mesmo concede a todas as ordens da sua criação terrena. No Pai Infinitamente Sábio há um propósito ainda muito distante do saber dos homens na Terra. Essa ignorância auxilia os incensuráveis que vão promovendo os seus privilégios, lá onde a mentira domina e falar da Verdade ateia o porquê do medo. A obra da Deidade neste planeta foi desrespeitada até hoje desde há muitos séculos, por quem se serviu dessa obra para interesses inconsistentes ao fazer regredir o projeto, onde Pai Infinito e seus Altíssimos Servidores colocaram todo o seu saber na promessa a conceder à humanidade da Terra. Isto irá conduzir em breve a um acontecimento único que irá restaurar um princípio iniciado há 2016 anos.


Sempre que acontecer um fim cria-se um novo princípio. Conforme o Velho Testamento por duas vezes até hoje, recomeçou a Terra com uma nova humanidade. Na primeira vez Deus criou os primeiros habitantes da Terra, Adão e Eva a quem Deus disse: “Frutificai, multiplicai-vos e enchei a Terra”. Na segunda vez o dilúvio destruiu todos os homens, salvo Noé e a sua família, e então disse Deus a Noé: “Todos os seres vivos são vindos perante a minha face porque a Terra está cheia de violência”. Havendo uma terceira vez o que dirá Deus? A iniquidade, a injúria e a violência entre os habitantes na Terra é cada vez em maior número, assim é forçoso um novo acontecimento que dê lugar a uma nova humanidade e Creio na autorização para ser construída uma arca para acolher os humildes e os íntegros depositários de uma aliança que não se perdeu em todas as existências do Homem na ligação com a Divindade. Em todas as dimensões na obra da Deidade no espaço-tempo, há uma proporção que também se verifica, e não é acaso, entre a Arca de Noé e a Arca da Aliança dando um único indício: nove (9), igualmente este sinal existe nos que irão entrar na “Arca da Renovação” a ancorar na Terra Prometida.


Creio firmemente na existência de um brado que manifeste o silêncio Infinito do Pai, ao abeirarmos o Seu mais próximo ancoradouro: O Pai Criador deste Universo ao qual poderão estar mais acessíveis as mais modestas aptidões espirituais. Qual o caminho não preocupa, embora saiba não ter direção nem definição capaz ao entendimento, porque todos eles levam ao mesmo lugar, mesmo andando por outros lugares, uma vez que a Terra não é o ponto fundamental de referência, no caminho para a morada no centro deste Universo. A referência está no âmago do Humano logo que realizada, e esta glorificação intervém na Mente e se manifesta no coração, e isso está em todo o lugar onde se encontra e aonde se exteriorize em Amor, assim não precisa de caminho para qualquer santuário, pois ele é o próprio santuário. Nos peregrinos íntegros o templo vai neles para todo o lugar e nada os insinua a pagar uma promessa. Todos os caminhos tendo a Verdade vão dar à casa do Pai. Os caminhos difundidos pela cegueira não dão a parte nenhuma. “Quando cegos conduzem cegos irão todos cair no abismo”. Só descobrem depois da queda e o lamento não é escutado.

Não se sabe através do Velho Testamento qual a religião de Noé. Poderia concluir ser um Hebreu; na análise da tradição judaica em apelidar de ímpios os outros povos em ato de discriminação que não se ajusta na aliança com a Deidade e Sua retidão. Contudo na interpretação dos escritores das legislações bíblicas parece haver distinção: segundo as diretrizes de Deus ditas a Noé, os animais recolhidos na arca se fossem animais puros “sete machos e sete fêmeas” de cada espécie, e se fossem animais impuros dois, “o macho e sua fêmea”. O que confunde na suposta ordem de Deus é não ser autorizado outro homem e mulher a entrar na arca, com exceção de Noé e sua família; desta terá surgido uma nova humanidade? Mas para que não fossem extintos pelo dilúvio os animais tiveram acesso à “Arca de Noé”. Esta palavra cede a muitas perguntas sem resposta, seja na interpretação ao comportamento dos homens excluídos, seja no fundamentalismo de quem escreveu essa passagem bíblica. Os tempos mudam mas não as intenções, pois ouve sempre o propósito na ação de uns em confundir o pensamento no trabalho de outros, numa reprodução permanente da Torre de Babel, e isto é patente em muitos ao darem a sua designação na edificação de uma igreja: assim como Pedro a primeira pedra, não lhes faltaria a certeza que essa edificação seria para “fazer a vontade do Pai”? E com ela levantar a vontade nos homens para edificarem internamente a religião do espírito! Porém a recusa da “Pedra Angular” de muitas edificações sumptuosas tanto como arrogantes se transfiguraram em destroços, afins de uma ruína antiga. 


Na “Arca da Renovação” muitos não terão entrada, em consequência da consciente repetição de conduta rebelde contra a obra do Pai Criador neste planeta. Ao contrário dos homens, os animais entraram na “Arca de Noé”. Unicamente a Família que soube fazer a vontade do Pai terá livre-trânsito para permanecer na Terra, renovando agora as qualidades alcançadas na idade do residente interno, pois foi dito: “Feliz daquele que era, antes de ter existido no mundo”... “Se fordes meus discípulos e realizardes as minhas palavras, estas pedras vos servirão. Há no vosso paraíso cinco árvores que não se agitam no verão e no inverno e cujas folhas não caem; quem as conhecer, esse não provará a morte”. Muitos dos homens na Terra antes de nascer não eram alma imortal emanada do Divino, porém tudo poderá ser regenerado quando os cinco sentidos se moldarem na experiência de positiva resultante entre a luta do bem contra o mal e na procura ou no reencontro de valores para além da vida material. Para os que se unificaram no espírito, a natureza e mesmo as pedras, estarão disponíveis para servir quando solicitadas. 

Poucos sabem quem é o nosso PAI CRIADOR, mediante isso não estranho que lhe tenham voltado costas em terras de religião Cristã, designadamente em Portugal. Aqui se assiste com muito pesar à substituição do Soberano Supremo desta Galáxia pela imagem feminina representativa de uma aparição da qual pouco se sabe em concreto; embora afirmem ter sido a mãe de Jesus. A Sua mãe terrena pelo que se observa é mais fácil contactar, comparativamente à Grandeza Divina que habitou Joshua Ben José, filho de Maria de Nazaré. A crise em Portugal gerou movimento de medo baseado na luta pela continuidade do bem-estar físico, e nesse sentido se expressaram a maioria dos pedidos dos peregrinos, esquecendo eles que para além do pão de cada dia a dádiva mais importante do Divino é o alimento para a alma imortal e isso não fez parte da maioria dos pedidos de oração. Os que têm pouco, temem perder, e os que possuem muito, mais desejam possuir.

Também em nome da Divindade em muito lugar de culto acontece o contraditório, os padecentes enriquecem os poderosos, pois a ânsia do proveito não conhece termo. Dá-me a sensação que a fé em muitos lugares opera como moeda de troca e naquele lugar concorrido o comércio de velas e de tudo o mais é custeado pelos crentes. A Fé é acreditar no Pai Infinito de Amor, Misericórdia e Perdão, mas sem O ver. Os homens ainda não assimilaram as palavras do Pai Criador ao dizer: “Porque andais preocupados, de manhã até à noite e de noite até de manhã com o que haveis de comer e vestir; lembrai-vos que as aves do campo não semeiam mas têm alimento diário e também os lírios do campo que não tecem nem fiam, e nem Salomão se vestiu como eles”. A falsa fé e a cobiça cega são por isso que muitos não vêm.


Se a boa semente, mesmo a mais pequena, ao cair em boa terra que o homem trabalhe com dedicação e desprendimento, fará crescer uma árvore que se “transforma em abrigo para as aves do céu”. Esta é a imagem para o crescimento da imortalidade na alma e poderá construir-se intimamente se houver integridade e humildade. Nessa construção não devemos falsear a nós mesmos e não ter práticas reprováveis porque nada se pode ocultar que não venha a manifestar-se, particularmente neste fim onde o Bem e o mal estão a ser revelados para se outorgar distinto princípio. Se o homem se deixou comer pelo mal ele é o mal; mas se o homem se deixou comer pelo Bem, ele é o Bem. A Filosofia Oriental diz que o homem deve “comer o mundo”, isto é, servir-se do mundo e apropriando-se dele para seu progresso espiritual; mas ai do homem que se deixa “comer pelo mundo”. Podemos ser solidários com os homens e com as coisas do mundo sem haver o perigo de nos perdermos e se soubermos estar solitários, mas contendo o Reino da vontade do Pai.  


 Certo dia o Pai Criador na presença de alguns dirigentes Judeus durante uma refeição contou uma história: “Um homem poderoso fez um grande banquete e para o qual fez muitos convites, chegada a hora do banquete enviou os seus servos para que fossem junto dos que tinham sido convidados e lhes dissessem para vir, pois tudo estava pronto para servir o banquete. E em consonância foram dando desculpas. Contactado o primeiro dos convidados disse: Acabo de comprar uma fazenda e é importante que eu a analise; peço que me dispense de comparecer. O segundo convidado disse: Comprei dez bois, e vou ao vendedor para os receber; peço que me dispense de comparecer. E o terceiro disse: Acabo de me casar e logo não posso ir; peço que me dispense de comparecer. Igualmente os demais convidados pediram dispensa de comparecer. E assim os servos regressaram a casa do seu senhor e o informaram do ocorrido.

Quando o senhor da casa escutou os recados trazidos pelos enviados ao seu serviço, ficou muito entristecido, e voltando-se para os seus servos disse: preparei este banquete para os meus convidados e os animais mais nutridos foram mortos estando tudo pronto, mas eles subestimaram o meu convite; cada qual foi para as suas terras e para os seus negócios, e até mostram desrespeito para com os que enviei em meu nome e os convidaram para a minha festa. Ide rapidamente até às ruas e quelha das cidades, às estradas e às vielas, e convidai os simples e os humildes, os pobres e os desterrados, os cegos e os coxos, para que o banquete possa ter convidados. E os servos fizeram como mandou o seu senhor, e mesmo assim, ainda havia espaço para mais convidados. E, então, disse o senhor aos seus mandatários: Ide às estradas e aos campos, e convencei aqueles que lá estão para vir e a minha casa possa ficar cheia. E agora eu declaro que nenhum dos que foram convidados inicialmente e rejeitaram o meu convite provará deste meu primeiro banquete. Muitos serão convidados mas poucos serão os escolhidos”.


O Pai Criador nesta parábola faz ver que as prioridades nas ocupações mundanas e as falsidades são o grande obstáculo que impede os homens de escutarem o convite para a realização do Reino da vontade do Pai dentre deles. Ele destruiu muito egocentrismo demonstrando invulgar e superior grandeza, mesmo assim descreram uns e se perverteram outros. Embora pareça impossível à maioria, o Pai Criador é uma presença discreta a dar testemunho vivo da sua “Arca da Renovação”, mas também disse: “Feliz do homem que foi submetido à prova pela experiência – porque ele encontrou a vida”. Para alguns o tesouro tornou-se visível, enquanto outros não podem chegar facilmente ao tesouro para eles invisível. A lealdade torna o homem humilde, a sobranceria torna o homem insolente.


Antão (gnóstico) 11-05-2012





Sem comentários:

Enviar um comentário