domingo, 8 de abril de 2012

Na Páscoa dos Judeus o que celebram os cristãos?


A Páscoa, em Deuteronómio (16) diz: “Guarda o mês de Abibe, e celebra a Páscoa do Senhor, teu Deus, porque no mês de Abibe o Senhor, teu Deus, te tirou do Egito, durante a noite. Então sacrificarás na Páscoa ao Senhor, teu Deus, ovelhas e vacas, no lugar que o Senhor escolher para ali fazer habitar o seu nome”. A Páscoa dos Judeus celebra-se dentro do período de 12 luas cheias, logo a data da festa anual dos cristãos para comemorar a ressurreição de Jesus é concordante com a Páscoa dos Judeus e não com a verdadeira data da Sua morte e o desaparecimento no túmulo do Seu corpo.  



É grande a coincidência da celebração da Páscoa neste ano 2012 que parece trazer uma mensagem, discreta mas significativa. No dia 06 de Abril do ano 30 a última ceia e a sua prisão e no dia seguinte, 07 de Abril, os Judeus e Romanos crucificaram o Filho do Homem coroando a cruz com o letreiro ”Este é Joshua o Rei dos judeus”. Estamos a reviver o período de muitas traições desde o beijo de Judas a outras com nome quaresmal onde há a certeza que não se comemora nem a morte nem a desintegração (ressurreição) do corpo morto onde viveu o Pai Criador. A 07 de Abril do ano 30 na hora nona (três da tarde) expirou. Eram vésperas do dia de Páscoa dos Judeus e só setenta e duas horas depois, na madrugada do dia 09 de Abril se registou naquele túmulo um prodígio único e ainda de saber muito restrito e insuficiente de esclarecimento para a erudição do terráqueo, ainda muito primitivo em relação ao conhecimento no universo do Espírito atuante.

Repete-se anualmente em todo o mundo onde existe a religião romana a representação do martírio e morte daquele homem justo, réu de crimes que não cometeu. Perturba hoje a retratação dessa imagem de dor nesse ato perverso promovido por nações que rotulavam de ímpios e de bárbaros outros povos daquele tempo, arrogando rótulo de civilização. Os cristãos fazem tema ao conduzir as imagens próprias da quadra e ainda do “Senhor dos Passos” transportando a própria cruz como há 1976 anos até ao local onde os carrascos o executaram. O mal é invocado e os cristãos comemoram desde há séculos aquele calvário sem coerente propósito. Também poderemos tirar inferência dessa comemoração e possa servir para demonstrar o barbarismo desse crime consumado por Judeus e Romanos, e ainda porque no ano 324 o imperador romano Constantino, fundador da Igreja Romana, quisesse assumir a herança da responsabilidade desse crime que não irá passar sem a justa retidão. Muitos dos que hoje promovem o simulacro desse ato bárbaro, poderão ter sido as mesmas entidades que estiveram presentes no largo em frente à fortaleza Antónia - sede do procurador de Roma em Jerusalém - a gritarem pela libertação de Barrabás, vociferando a pedir a crucificação do Homem Justo, embora uma semana antes o tenham aclamado com ramos de palmeira. 


Dia 6 de Abril do ano 30 depois da ceia entre o Mestre e os apóstolos e depois da saída de Judas Iscariotes, quando encheram a terceira taça de vinho, o Mestre pôs-se de pé e, pegando na taça, louvou, dizendo: “ Usai esta taça e bebei todos dela. Este será o cálice da recordação de mim. Este é o cálice do benefício de uma nova promessa da graça e da verdade. E será, para vós, o símbolo da minha outorga e da dádiva do Espírito da Verdade. E eu não beberei novamente desta taça até que beba de forma diferente e convosco no Reino eterno do Pai”.
“Sempre que fizerdes isto, fazei-o em pensamento comigo. E nessa comemoração, primeiro recordai a minha vida na carne, depois que estive entre vós e, então, pela fé, podeis saber que todos vós ireis num dia vindouro e distante cear comigo no Reino eterno do Pai. Esta é a nova Páscoa que deixo para vós, a da memória da minha vida de outorgamento, a palavra da verdade eterna e do meu amor por vós, da efusão do meu Espírito da Verdade sobre toda a carne”.

Os apóstolos sentiram que alguma coisa fora do habitual estava a acontecer, quando beberam desse cálice simbólico em veneração e profundo silêncio. A velha Páscoa comemorava o desespero dos seus antepassados em estado de escravidão racial para a liberdade individual. Agora o Mestre estava a instituir uma nova ceia memorial como símbolo da uma nova libertação, na qual o indivíduo escravizado emerge do aprisionamento das cerimónias inúteis e do egoísmo, para a alegria espiritual da fraternidade e da irmandade dos libertados filhos do Deus vivo.

Depois de beberem da taça da recordação, o Mestre pegou no pão e após louvar, partiu-o em pedaços solicitando que o distribuíssem, disse: “Pegai nesse pão da recordação e comei. Eu vos disse que sou o pão da vida. E este pão da vida, é a vida na união do Pai e do Filho, em uma só dádiva. A palavra do Pai, conforme foi revelada no Filho, é de verdade o pão da vida”.

Ao realizar esta ceia, o Mestre, como foi sempre seu hábito, recorreu a simbolismos. Ele empregou-os porque era sua intenção ensinar muitas das grandes verdades espirituais e de algum modo tornar difícil a posteridade em se advogar, delimitando na interpretação o significado mais vasto das suas palavras. Igualmente ele tentou impedir que gerações sucessivas cristalizassem o seu ensinamento e acorrentarem os seus significados espirituais nas correntes mortas da tradição e dos dogmas.

Não obstante o esforço do Pai Criador, em estabelecer o engrandecimento dessa recordação, na sequência dos que vieram dar continuidade a esse movimento nos séculos seguintes, instaurou-se uma oposição que expressou o seu próprio desejo e avassalou. O simbolismo espiritual e simples daquela noite de 6 de Abril do ano 30 veio a ser reduzido a interpretações rígidas e submetido ao rigor de um formulário instituído. De todos os ensinamentos do Pai Criador, nenhum outro se tornou mais padronizado pela tradição.

Esse momento simbólico da ceia da recordação, quando é compartilhada pelos filhos conhecedores do Pai Criador e Pai do Paraíso, não precisa ter interpretações erradas e ingénuas explicações desse simbolismo, quanto ao significado da divina presença, pois em todas essas ocasiões o Pai Criador está presente verdadeiramente. A ceia da recordação é um encontro simbólico do crente com o Pai Criador. Quando vós vos tornais assim conscientes do espírito, o Filho está realmente presente, e o seu espírito confraterniza-se com a fração residente no homem do seu Pai do Paraíso. O pão e o vinho que Ele repartiu simbolizam respectivamente “masculino e feminino” da Deidade, que unidos se tornam o responsável pela unidade eterna. 


“Quando fizerdes estas coisas, relembrai-vos da vida que eu vivi na Terra entre vós e rejubilai, pois eu irei continuar a viver na Terra mas dentro de vós e servindo por vosso intermédio. Nesse ligamento, como pessoas, não tenhais disputas entre vós sobre quem será o maior: Sede como irmãos! E, quando o Reino crescer e abranger grandes grupos de crentes, do mesmo modo deveríeis abster-vos de disputas pela grandeza e de procurar ser a preferência entre tais grupos”.

Houve naquele período tantas lições sublimes entregues aos homens pelo Pai Criador, filho do Pai do Paraíso, que seria de grandíssima lição para quem queira seguir-lhe o exemplo e se tornar seu discípulo nos tempos de hoje para o movimento de uma “Nova Cristandade”, melhor dizendo: Nova caminhada para o Reino patenteada no testemunho da humilde rendição do Pai Criador para a morte. Foram ditas palavras sábias horas antes da Sua morte aos discípulos que deveriam ser enaltecidas, interiorizadas e postas em hábito pessoal e dar exemplo delas; este deveria ser o modelo digno de um seguidor do Mestre, emancipado da religião! E passo a descrever as palavras sábias que foram esquecidas e presumivelmente pouco conhecidas.

 “Mediante a minha presença na carne junto de vós, não sou mais do que um indivíduo no meio de vós e no mundo. Porém, logo que me desamarre destas vestes de natureza mortal, serei capaz de retornar em espírito e residir em cada um de vós e em todos os fiéis crentes na doutrina do Novo Reino”. Deste modo o Pai Criador tornar-se-á uma encarnação espiritual convertendo as almas em imortais, de todos os que venham a surgir como verdadeiros crentes.”

“Quando eu regressar para viver em vós e trabalhar como vosso medianeiro, poderei conduzir-vos melhor nesta vida e guiar-vos pelas várias moradas na vida futura e no caminho do céu dos céus. A vida na criação eterna do Pai não é descanso eterno nem torpor, nem mesmo de comodista tranquilidade, é sobretudo uma progressão incessante na retidão, na santidade e na Verdade. Cada uma, entre tantas moradas na casa do meu Pai, é um local de permanência para uma vida destinada a vos preparar para a seguinte e sucessivamente mais elevada. E assim os filhos da luz irão, percorrendo as muitas moradas na casa do Pai, até que alcancem o estado divino no qual estarão espiritualmente perfeitos: Assim como o Pai é perfeito em todas as coisas”.

“Se quiserdes seguir no caminho que vos revelei, quando eu vos deixar, reúnam os vossos esforços mais íntegros para viver de acordo com o espírito dos meus ensinamentos e com a finalidade com que vivi a minha vida – fazer a vontade do meu Pai. Fazei isso, em vez de tentarem imitar a minha vida na carne sendo como eu fui, pois eu vim por necessidade e desafiado a viver como um mortal.”

“O Pai enviou-me a este mundo, mas poucos foram os que entre vós escolheram receber-me inteiramente. Eu irei verter o meu espírito sobre toda a carne, no entanto, não serão todos os homens que elegerão receber esse novo instrutor como guia e conselheiro da alma imortal ou do espírito residente. Todos os que o receberem serão iluminados, purificados e confortados. E esse Espírito da Verdade tornar-se-á uma nascente de água viva, fazendo-os crescer para a vida eterna.”


“E agora, que estou para vos deixar, gostaria de pronunciar algumas palavras de conforto. Quero que haja paz entre vós e dar-vos pessoalmente a minha paz. Ofertar estas dádivas não é como o mundo as dá, avaliando. Eu dou a cada um de vós o que cada um pode receber. Que os vossos corações não se perturbem e não fiquem temerosos. Eu venci o mundo, e em mim todos vós ireis triunfar pela fé. Eu preveni-vos de que o Filho do Homem será morto, mas eu asseguro-vos de que eu retornarei antes de ir para o Pai, ainda que seja apenas por momentos. E, depois de ter ascendido ao Pai, eu irei seguramente enviar o novo instrutor para estar convosco e para residir nas vossas mentes. E quando virdes tudo isso acontecer, não vos desanimeis, deveis antes de tudo acreditar, porquanto de tudo isso sabíeis de antemão. Eu vos amei com um grande afeto, e não desejaria deixar-vos, mas é essa a vontade do Pai. A minha hora é chegada.”

“Não duvideis de nenhuma dessas verdades, mesmo quando estiverdes dispersos por motivo de perseguições e abatidos por causa de muitos sofrimentos. Quando sentirdes que estais sós no mundo, eu saberei do vosso isolamento, do mesmo modo que sabereis dos meus sofrimentos, quando estiverdes dispersos e em caminhos diferentes, deixando o Filho do Homem nas mãos dos seus inimigos. Todavia eu nunca estou só; o Pai está sempre comigo. Mesmo em uma hora como esta, eu pedirei por vós. Eu tudo vos disse para que possais ter paz e tê-la com muita abundância. Neste mundo vós tereis tribulações, mas tende coragem e alegria; eu triunfei no mundo e vos mostrei o caminho do júbilo e do serviço eterno”.

“E agora, meu Pai, eu gostaria de fazer uma prece não apenas por estes onze homens, mas também por todos os outros que agora crêem, ou que poderão, de agora em diante, crer no evangelho do Reino através da palavra do Teu outorgamento futuro. Quero que sejam um, como Tu e eu somos Um. Tu estás em mim como eu estou em Ti, e eu desejo que estes crentes, do mesmo modo, estejam em Nós; que os nossos Espíritos habitem neles. Se os meus filhos forem um, como nós somos Um, e se eles se amarem uns aos outros como eu os tenho amado, então, todos os homens confirmarão que eu vim de Ti e estarão dispostos a receber a revelação da verdade e da glória que eu tive: A glória que Tu me deste, eu a revelei a estes crentes do presente e revelarei aos do futuro.”

“Tal como Tu viveste comigo em espírito Eu viva com eles e do mesmo modo fará o novo instrutor que será sempre um com eles e neles. E tudo isto fiz para que os meus irmãos na carne possam saber que o Pai os ama, como os ama o Filho e que Tu os ama como me amas a mim. Pai, junta-te a mim para amparar estes crentes, para que eles possam, muito em breve, vir a estar comigo na glória e, então, prosseguirem até que se unam a Ti no abraço do Paraíso. Aqueles que estão comigo na humilhação, eu gostaria de tê-los comigo na glória, de modo que eles possam ver tudo o que confiaste nas minhas mãos como colheita eterna da semente do tempo, na semelhança da carne mortal.”

“Eu alimento o desejo de mostrar aos meus irmãos terrenos a glória que eu tinha Contigo antes do nascimento deste mundo. Este mundo tem conhecimento insuficiente de Ti, Pai Maravilhoso, mas eu conheço-te, e eu tornei-te conhecido para estes crentes, e eles farão com que o Teu nome seja conhecido em muitas outras gerações. E agora eu prometo-lhes que estarás com eles no mundo como estiveste comigo e também vivi com eles na carne. Assim como tens sido Um comigo, eu sou também Um com eles.”

Descobrir o Filho do Homem e o Pai Criador que nele vivia não é percorrendo os caminhos até ao calvário em encenações de atores ocasionais com produção da igreja romana. Não é na encenação de um crime hediondo que se celebra uma religião, e o crente não encontra a sua convição uma vez no ano a soltar lágrimas de tristeza, mas deve fazê-lo diariamente em atos de fazer a vontade do Pai Criador e nele encontrar as capacidades para exteriorização sobrenatural. No desejo expresso do Pai Criador está o exercício pragmático diário daqueles que o querem seguir com verdade.

Antão (gnóstico) 06-04-2012 

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