Somos um micro universo que tem dificuldade em se
reconhecer. A estirpe arrogada do dito: Eu sei! Embora sabendo que não sabe,
finge que sabe. Não se adquire facilmente a sensibilidade nem o saber, sobre
essa dimensão da vida e da geometria, imanada do Espírito Actuante no
espaço-tempo. Tudo é similar, até mesmo o átomo invisível se organiza na mesma
geométrica e movimento semelhante ao sistema solar, nomeadamente a elíptica em
torno do seu núcleo. Esta ordem e movimento se repetem em todos os sistemas em
redor do núcleo da Galáxia. E todo o espaço-tempo em redor do Princípio Creador
- Ilha Nuclear de Luz. Podemos assim entender a frase bíblica. “ E criou Deus o
homem à sua imagem.”
Por assemelhação o homem faz parte de uma ordem cuja
dimensão não está ao alcance por mensuração, e menos ainda ao alcance do nível
rotineiro do homem nem a fáceis adaptações filosóficas. Isto exige amplitude ao
nosso conhecimento e depois ser transformado em gnose. Também afirmo que isso
faz parte da história do homem no Universo. O que causa estranheza são
afirmações sem conteúdo, mas expressas de tal modo que dá ideia de domínio
absoluto das leis no Universo e arrogam essa dimensão sem qualquer tipo de
modéstia. O Pai Creador disse: “Quando virdes a vossa semelhança, alegrai-vos.
Mas, quando virdes o vosso modelo, que desde o princípio estava em vós e nunca
morrerá, nem nunca se revelará plenamente – será que suportareis isto?”
Referia-se ao humano possuidor de valores espirituais relevantes.
Seria impossível analisando ordens supremas imutáveis e as
suas simetrias intrínsecas a toda a vida na Terra, que tudo possa ser
circunscrito a intenções de grupos dominantes de homens que têm vindo a
conduzir para nível caótico a Soberania do Pai Creador e a sua Verdade em
ligação com toda a vida na Terra. Não se iludam que um presumível progresso
venha abater as situações trágicas vividas na actualidade pelo homem com
orientação unicamente materialista. Para um mundo mais fraterno é necessário
construir carácter com princípios espirituais. Aclamem este povo herdeiro do
Cidadão da Luz (da Luzcitânea) possuidor da nobreza que a Besta sempre tentou
apoderar-se, incitando-o a manifestar furor que não tem. A simplicidade e a
humildade características deste povo farão com que cumpra por abundância os
mitos da Europa em “Portograal”. “Senhor cumpriu-se o mar! Falta cumprir
Portugal” (?) Os sinais actuais são de invernia da humanidade e estão a
agravar-se irremediavelmente em todo o planeta. Os assentados nos bastiões do
Estado Português dizem: “Não somos surdos nem mudos”.
Também os burros não são surdos e porque zurram não são
mudos. Se quem governa este povo fossem sábios, estariam na posse de
conhecimentos mais autênticos e teriam outras soluções aonde a retidão deveria
ter presença permanente. Se os governantes conhecessem as suas estirpes e
fossem corretos ao se reconhecer, entenderiam e diriam honestamente: pior
conseguimos fazer. Prepare-se o povo em seus dotes que mal conhece, porque está
neles a solução para o futuro. Os gelos do inverno e tudo quanto ele tem de
destruição, não poderá passar para a Primavera onde as árvores de fruto irão
manifestar toda a sua fertilidade, e logo que fecundadas dará fruto
substancial. Tenhamos coragem, pois em breve findará o nosso inverno, e chegará
o equinócio da Primavera que anunciará o verão da humanidade.
Acontece em todos os paradigmas da vida terrena, onde o
homem se limita na busca da sua verdade e iludido, segue por caminhos confusos
pensando ser os indicados para a salvação da alma, nessa trajetória
dificilmente encontra o Pai Creador e o caminho para Deus. Percorremos durante
muitos séculos caminhos que julgámos os mais autênticos e mesmo chegando ao fim
ainda há quem não se aperceba que a escolha não foi feliz. Em causa esteve a
lealdade de quem apregoou esse caminho. Construiu-se templos para ser morada de
Deus e para com Ele se encontrarem, porém esses templos eram vazios e nunca o
homem se interrogou porquê. Nem sequer perguntaram a quem promoveu a construção
a causa desse vazio.
Se corporalmente o homem construiu com a sua proporção os
templos, também o concebeu aplicando os valores do seu espírito residente.
Nessa manifestação exterior que segredo lhe falhou por não conseguir dar vida a
esse volume oco construído de pedra. A vida no interior do Templo só poderá ser
dada pelos construtores e pelos que lá entram sendo filhos de Deus, e não pela
presença de um representante religioso. A geometria está no homem e tudo fez à
semelhança da sua medida, como no vitrúvio, assim deveria estar na construção.
De repente, o divino mudou de mãos: passou dos mestres construtores de templos
para os arquivistas. A edificação para receber os que levavam a manifestação do
divino, que eram gente simples e humilde, transformou-se em documento para
cartório e a verdadeira igreja foi transformada em edifício de pedra. “Nunca
admiro uma catedral sem me lembrar que são feitas da mesma pedra dos degraus
mais humildes do burgo. As palavras são como as pedras: o espírito é que as
lavra”. Escreveu Afonso Lopes Vieira.
Não podemos esquecer a mentalidade da renascença totalmente
desenvolvida pelas tendências do Cristianismo Imperial. Passados séculos ainda
estava debaixo do poder de Constantino, pois teria que ser cumprido o padrão
dos Tribunais da Lei de Roma. Segundo os construtores dos templos o modelo das
proporções vitrúvianas poderia ser questionado por essa lei. Todavia as leis
ligadas à criação exterior do homem fazendo dele um templo não pode ser
questionada e menos ainda no residente interior onde existe a medida protótipo
de tudo quanto existe no Universo. Indiciam estas leis o entendimento das
moléculas que constituem a formação e a forma do corpo humano e seu
funcionamento. Embora seja semelhante no seu funcionamento a outras espécies
animais, no homem há inteligência e vontade e acima de tudo a convicção de sua
origem divina onde todos os organismos se movem e têm a mesma estrutura dos
Universos.
Se em qualquer templo estivesse em frente do altar como
habitualmente está o sacerdote, aguardaria voltado para a porta pelos que
entravam ao Domingo de manhã. Nessa orientação diria com muita humildade a cada
um que entrasse: Sejas bem-vindo! E a todos reunidos diria: Trouxeste convosco
o Pai Creador, pois vos digo que sois seus filhos, e assim poderei entender a
igreja como obra Sua e onde os seus filhos vêm reunir-se em irmandade e
preencher este vazio construído de pedra. Portanto a igreja é o homem e a
mulher alimentados pelo dinamismo do Reino da Vontade do Pai.
Antão (gnóstico), 21-09-2012
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